Abstract:R e s u m o : O artigo trata de uma experiência de pesquisa e escrita de história e filosofia da educação, que nos anos 1960 e 1970 tomou lugar na Universidade de São Paulo e nos Institutos Isolados de Ensino Superior, sob a orientação de Laerte Ramos de Carvalho. Esta experiência, que criou uma discernível tradição no campo de estudos historiográficos da educação brasileira, definiu seus temas à luz de problemas educacionais e políticos de seu tempo, assim como de concepções filosóficas, teorias da história, … Show more
“…Nas décadas seguintes, o ponto de vista de Warde e de Nagle quanto à incipiência dos debates teóricos no campo histórico-educacional viu-se endossado por outros pesquisadores, reforçando também a defesa de um maior diálogo envolvendo historiadores da educação e seus pares de outras áreas (BONTEMPI JR.; TOLEDO, 1993;SAVIANI, 1998). Nesse cenário, uma série de pensadores estrangeiros aos domínios histórico-educacionais, historiadores ou não, teria sido incorporada ao campo, estando Foucault, à época, entre os cinco mais citados nos estudos da área (FARIA FILHO;VIDAL, 2003).…”
Section: Foucault E a Pesquisa Brasileiraunclassified
Sabe-se que Nietzsche, a genealogia, a história, texto publicado em 1971, consiste na materialização de um deslocamento indelével do procedimento investigativo foucaultiano, o qual suscitou, em contrapartida, uma série de controvérsias com os historiadores de então, sem ter arrefecido nas últimas décadas. Na esteira de tal horizonte, o presente estudo propõe-se a perspectivar as repercussões do legado foucaultiano e, em particular, os usos da noção de genealogia na produção bibliográfica em História da Educação veiculada, entre 1997 e 2017, nos três periódicos brasileiros voltados especificamente ao campo histórico-educacional. Para tanto, operou-se uma análise atenta ao conjunto e às especificidades de 42 artigos selecionados, de modo a dar a ver movimentos simultâneos, não obstante descentrados. As conclusões voltam-se às circunstâncias e condições que permitiriam determinado tipo de exercício investigativo de matriz historial ser designado foucaultiano.
“…Nas décadas seguintes, o ponto de vista de Warde e de Nagle quanto à incipiência dos debates teóricos no campo histórico-educacional viu-se endossado por outros pesquisadores, reforçando também a defesa de um maior diálogo envolvendo historiadores da educação e seus pares de outras áreas (BONTEMPI JR.; TOLEDO, 1993;SAVIANI, 1998). Nesse cenário, uma série de pensadores estrangeiros aos domínios histórico-educacionais, historiadores ou não, teria sido incorporada ao campo, estando Foucault, à época, entre os cinco mais citados nos estudos da área (FARIA FILHO;VIDAL, 2003).…”
Section: Foucault E a Pesquisa Brasileiraunclassified
Sabe-se que Nietzsche, a genealogia, a história, texto publicado em 1971, consiste na materialização de um deslocamento indelével do procedimento investigativo foucaultiano, o qual suscitou, em contrapartida, uma série de controvérsias com os historiadores de então, sem ter arrefecido nas últimas décadas. Na esteira de tal horizonte, o presente estudo propõe-se a perspectivar as repercussões do legado foucaultiano e, em particular, os usos da noção de genealogia na produção bibliográfica em História da Educação veiculada, entre 1997 e 2017, nos três periódicos brasileiros voltados especificamente ao campo histórico-educacional. Para tanto, operou-se uma análise atenta ao conjunto e às especificidades de 42 artigos selecionados, de modo a dar a ver movimentos simultâneos, não obstante descentrados. As conclusões voltam-se às circunstâncias e condições que permitiriam determinado tipo de exercício investigativo de matriz historial ser designado foucaultiano.
“…Na literatura referente à Educação, em particular nas revistas de história da educação, o tema da Ditadura de 1964 tem estado presente. Encontramos discussões sobre a Lei nº 5.692/71 e a obrigatoriedade da Educação Artística (SUBTIL, 2012), sobre a Editora Brasil (1960-70) (BRAGHINI, 2012) e sobre a investigação institucional entre as décadas de 1960/70, centradas numa experiência de pesquisa e escrita de história e filosofia da educação (BONTEMPI JÚNIOR, 2019). Hollerbach (2019) Na análise de discurso dos órgãos de informação, no que se refere às instituições imaginárias, deter-nos-emos na noção de "pressuposição".…”
Analisamos o imaginário social construído pelos órgãos de repressão de 1964 sobre a prisão do estudante Edival Nunes da Silva (UFPE), de apelido Cajá, a partir de seus documentos de informação, tais como os coletados pelo Ministério da Justiça e pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) à época. Além desses documentos, matérias do jornal Diario de Pernambuco sobre o caso e uma entrevista com Cajá também serviram como material base. Analisamos a racionalidade desse tipo de documento e dos publicados pelo Diario e, para isso, recorreu-se à noção de pressuposição da Análise do Discurso Crítica. A instituição “segurança” se propõe à formação técnico-científica e burocrática, sendo dominada por pressuposições – inimigo e medo ao comunismo. Para a Polícia Federal, Cajá mereceu ser preso por ser subversivo, comunista e por tentar refundar o Partido Comunista Revolucionário (PCR). Sua prisão foi considerada legal sob a ótica do Estado, enquanto que, para várias instituições sociais, ele foi sequestrado e torturado.
“…O estranho é que são incorporadas, inclusive, aquelas conclusões que exigem reparos profundos" (ALVES, 2006, p. 21). Sobre a influência do pensamento de Azevedo na historiografia educacional, consultar ainda : Bontempi Jr (1995) e Barreira (1995).…”
Section: A Crítica Contemporânea: a Subordinação Política Dos Jesuíta...unclassified
parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Educação, na área de concentração: História, Filosofia e Educação, sob a orientação do Prof. Dr. Sérgio E. M. Castanho e co-orientação da Profa Dra.Terezinha Oliveira.
Campinas, março de 2012.
vii
AGRADECIMENTOSAo professor e orientador Dr. Sérgio Eduardo Montes Castanho, que, pacientemente, demonstrou ensinamentos de profissionalismo, confiança e respeito.À professora e co-orientadora Dra. Terezinha Oliveira, que, com persistência, profissionalismo e amizade, mostrou que só dependia da minha pessoa a decisão de enfrentar os desafios da vida (pessoais e acadêmicos) e superar os meus limites.
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