O Fórum Nacional de Cursos de Geologia e as diretrizes curriculares nacionais: histórico e perspectivas

Abstract

A formação profissional na área de Geologia destina-se a suprir um campo de atividades tipicamente ligadas ao Estado. Esse fato acentua a importância de regras claras para funcionamento dos cursos de graduação em Geologia e Engenharia Geológica, representadas pelas Diretrizes Curriculares (DCNs), aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2012. A decisão aproveita grandemente as proposições do Fórum Nacional de Cursos de Geologia (FNCG) e atende às preocupações e anseios de docentes, profissionais e estudantes. Este artigo do evento “Interfaces Geociências e Ensino: 40 anos de experiências (1973-2013)” examina, em perspectiva, a contribuição para as DCNs de um grupo de professores e alunos voltado para renovação no ensino superior de Geologia formado na USP em 1973. As DCNs mantêm várias recomendações relevantes da orientação precedente – o Currículo Mínimo –, e introduzem orientações para reconfigurar cursos, reestruturar currículos e mudar concepções. A ênfase ao trabalho de campo como ferramenta imprescindível de formação de geólogos, associada ao laboratório e intensivo estudo bibliográfico, pode levar a projetos pedagógicos inovadores, em substituição a rígidos modelos de currículos e cargas horárias. Além da consequência esperada – profissionais mais bem preparados – haverá melhor interação com órgãos de regulação profissional (sistema CREA-CONFEA), e orientações mais eficazes para a avaliação periódica dos cursos.

Redes de afloramentos artificiais para o ensino de geociências

“…obrigatória de campo equivalente a 720h (Brasil, 2015, Carneiro, 2015. Segundo Fantinel (2005), durante o trabalho de campo, no contato com o objeto geológico, "intuição, criatividade e abdução formatam a imagem sintética inicial do objeto, as abstrações, as indagações e as primeiras hipóteses acerca dele.…”

Alinhamento cognitivo e ensino remoto

“…Cursos de Geologia (FNCG). Persiste, contudo, a dificuldade de se equilibrar a quantidade de horas de disciplinas profissionalizantes e de disciplinas instrumentais ao longo do curso (Carneiro, 2014). Persiste ainda certa dificuldade de proporcionar aos estudantes a capacidade de explorar conceitos oriundos de campos interdisciplinares de conhecimento e elaborar, com autonomia, suas próprias conclusões.…”

O curso de geologia da UFRJ perante as diretrizes curriculares nacionais: possíveis impactos no perfil do egresso

“…Essa preocupação com a segurança e procedimentos das atividades de campo da graduação em Geologia já era latente nas discussões do Fórum Nacional de Cursos de Geologia (e.g. Carneiro, 2005aCarneiro, , 2005bCarneiro, , 2014Carneiro & Assis, 2006;, do qual foram significativas para a construção das DCNs (Brasil 2015) e mostram que a visão sobre as atividades de campo vem lentamente se modificando, ou seja, tornando-se mais profissional e responsável .…”

“…Os autores supracitados também evidenciam a importância do uso de instrumentos de avaliação de riscos e adoção de protocolos de segurança típicos que evidenciem a ciência dos riscos envolvidos bem como as medidas preventivas adotadas pelos participantes das atividades de campo. Portanto, as IES precisam de apoio de modo a contar com recursos financeiros e infraestrutura que as habilitem a desenvolver os trabalhos de campo (Carneiro 2014) (Brasil 2012), é constituído de etapas que podem levar anos, ocorrendo posteriormente com a realização de diversas atividades na profissão, Geologia, além de proporcionar uma mudança no perfil do egresso com a formação de profissionais mais autônomos, criativos e preocupados com os problemas sociais e ambientais.…”