O Formalismo Russo sob a lente de L. S. Vygótski: influência e crítica

Abstract

O artigo apresenta a discussão vygotskiana sobre as ideias do Formalismo Russo expostas no capítulo “Arte como procedimento”, do livro Psicologia da arte (de 1925). Trata-se de uma resposta crítica contemporânea ao desenvolvimento da escola. Apesar de dialogar mais intimamente com as vertentes marxistas do estudo da arte em sua obra, Vygótski faz uma crítica muito refinada, que ressalta o potencial da Escola Formal e, ao mesmo tempo, aponta suas contradições e limitações, sem que as mesmas invalidem a profunda inovação, muito cara a Vygótski, oferecida por vertente dos estudos literários.

O desenvolvimento engajado e o teatro-brincar na constituição da coletividade

“…Na prática teatral, estabelece-se o jogo da representação da verdade no palco, ou seja, o ator finge que é outra pessoa. Quando em cena, evoca emoções análogas às que já foram vividas -memória afetiva -de modo a despertar em si vivências, emoções e circunstâncias semelhantes exigidas pela personagem, transportando-as para sua atuação no palco (Vigotski, 2023;Vygotsky, 1999Stanislavski, 2014Stanislavski, /1936Marques, 2020).…”

The question of emotions and aesthetic experience: the dialogue between Vygotsky and Stanislavski around actor’s psychology

“…perception. In this sense, the author almost completely incorporates the concept of defamiliarization from Russian Formalism (Vigotski, 2001, p. 65;Marques, 2020).…”

“…Though Vygotsky refers to infectiousness in his first work -an essay about Hamlet written in 1915 -he will firmly reject this notion in his works after 1920, in which he concluded that the aesthetic perezhivanie is more than the reproduction of the artist's feeling in the audience's psyche: in this process the feeling goes through a qualitative alteration, which the author metaphorically compares to the biblical miracle of turning water into wine. Besides this, among the main interlocutors of Vygotskyan ideas about art, are the authors of Russian Formalism (see Marques, 2020), while Stanislavski dedicated a great part of his writings to argue against formalism and, mainly, against the concepts of defamiliarization and grotesque (Toporkov, 2016, pp. 75-79).…”

SENTIDOS E PROJETOS DE MEDIAÇÃO: Bairro, periferia e cultura popular em Juazeiro do Norte-CE

“…Nessa mesma dinâmica, no mínimo desde a segunda metade do século XX a região do Cariri cearense tem tido como emblema manifestações classificadas como "folclore" e "cultura popular". As operações que conformaram essa forma de apresentação da região passam pela atuação local de instituições como: Instituto Nacional do Folclore (1985), Instituto Cultural do Cariri (Figueiredo Filho, 1962;Cortez, 2000;Marques, 2004Marques, , 2016Viana, 2011) Durante esse primeiro período de permanência em Juazeiro, que estima ter durado até 1988, Carlos diz que criou a "Barraca da União". O projeto, ele me contou durante uma entrevista, surgiu a partir do diálogo com "brincantes" da cidade.…”

“…6 A região do Cariri cearense, que Juazeiro do Norte integra, tem como um dos seus emblemas as práticas identificadas como "cultura popular" (Figueiredo Filho, 1962;Cortez, 2000;Marques, 2016;Viana, 2011). A região tem sido constituída por meio do enfeixamento de noções como "cultura popular, mandonismo local, religiosidade, família, mundo rural, comunidade e descrição de paisagem natural" (Marques, 2004). Articuladas com esses marcadores, expressões como "oásis do sertão", "caldeirão", "berço" e "celeiro da cultura popular" não são incomuns de serem ditas e escritas sobre o Cariri, especialmente em relação a Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, municípios vizinhos que formam um conurbado, que é núcleo da Região Metropolitana do Cariri.…”