2017
DOI: 10.5216/lep.v20i2.45815
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O Estatuto Do Português E Das Línguas Bantu Moçambicanas Antes, Durante E Depois Da Luta Pela Independência Da Nação Em 1975

Abstract: Este artigo examina o estatuto das línguas bantu moçambicanas e da língua portuguesa antes, durante e depois da luta pela independência de Moçambique, colônia de Portugal no Índico até 1975. O discurso fundador de Moçambique pós-colonial considera a premência do português como meio de integração dos cidadãos no sistema nacional e como facilitador do desenvolvimento das instituições políticas e sociais. Porém, apenas o português parece não dar conta da complexa realidade sociolinguística moçambicana; por isso, … Show more

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“…A intercessão linguística entre Angola e os países vizinhos demonstra o quão aleatório foi o sistema de estabelecimento das fronteiras africanas a partir da Conferência de Berlim em que foi partilhada a África entre as potências e foram delimitadas as atuais fronteiras (Liberato, 2014;Ponso, 2016;Pacheco, et al, 2018), "a posição territorial dos povos africanos ultrapassa em toda parte as fronteiras herdadas da partilha colonial" (Ki-Zerbo, 2010 p. LIV), essas são políticas, mas as culturais e linguísticas continuam a unir as etnias separadas por vontade colonial e herdadas pelas atuais elites políticas. Fronteiras e línguas constituem resquícios coloniais que não foram superadas com as independências nacionais.…”
Section: Contexto Culturalunclassified
“…A intercessão linguística entre Angola e os países vizinhos demonstra o quão aleatório foi o sistema de estabelecimento das fronteiras africanas a partir da Conferência de Berlim em que foi partilhada a África entre as potências e foram delimitadas as atuais fronteiras (Liberato, 2014;Ponso, 2016;Pacheco, et al, 2018), "a posição territorial dos povos africanos ultrapassa em toda parte as fronteiras herdadas da partilha colonial" (Ki-Zerbo, 2010 p. LIV), essas são políticas, mas as culturais e linguísticas continuam a unir as etnias separadas por vontade colonial e herdadas pelas atuais elites políticas. Fronteiras e línguas constituem resquícios coloniais que não foram superadas com as independências nacionais.…”
Section: Contexto Culturalunclassified
“…Assim, o regime colonial expande a possibilidade de acesso à educação através do ensino da língua (e, por via disso, à imposição da cultura) portuguesa para um pequeno grupo de nativos africanos (Firmino, s.d.). Letícia Ponso (2016) acrescenta que o domínio da língua portuguesa representava a inserção do africano no mundo da civilização. Todavia, Maria Paula Meneses (2010) explica que o conceito de civilização estava ligado a uma perceção de que os povos nativos viviam num estado de barbárie, sem possuírem elementos socioculturais que lhes possibilitasse gerar uma ordem social que conduzisse ao seu progresso.…”
Section: O Lugar Da Língua Portuguesa Em Moçambiqueunclassified
“…Vários são os argumentos dados para esta decisão, incluindo o de que esta seria uma língua "neutra" para servir aos objetivos da luta, sobretudo o de que banindo as outras línguas moçambicanas nas comunicações entre os guerrilheiros combater-se-ia e materializar-se-ia o espírito da unidade nacional quando todos os cidadãos falassem uma só língua. (Abdula, 2017: 81-82) A opção pela língua portuguesa como um recurso político nesta fase afigura-se compreensível na ideologia de unidade nacional defendida por Eduardo Mondlane 2 , dado que a diversidade linguística de Moçambique constituiria um entrave à mútua compreensão e galvanização de um espírito nacionalista que estaria fragilizado pelo tribalismo (Ponso, 2016). 3 Timbane (2017: 22) salienta que "[i]sso significa que a LP [língua portuguesa] passou a ser instrumento de comunicação entre os militares durante a luta contra o colonialismo, uma vez que os militares eram provenientes de várias etnias e falavam várias LB [línguas bantu]".…”
Section: O Lugar Da Língua Portuguesa Em Moçambiqueunclassified
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“…Ainda assim, mesmo diante de tamanha diversidade, essas línguas, salvo casos esparsos, não ocupam espaços institucionais visto que o português desempenha um papel social e político hegemônico. (Ponso, 2017;Oliveira, 2019;Mané, 2021;Balduino, 2022).…”
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