A iniciação esportiva é um campo de trabalho que carrega diferentes questões associadas à educação e, por isso, direcionadas à sua importância em relação às aprendizagens conceituais e atitudinais indispensáveis à compreensão e à vida em sociedade. O objetivo do estudo foi descrever e relacionar as percepções dos participantes das aulas de esportes sobre a sua prática, o entendimento teórico e prático dos professores sobre o próprio trabalho pedagógico e a predominância metodológica da aula aplicada. A pesquisa foi realizada de forma direta, através da aplicação de um questionário com perguntas relacionadas ao esporte, para alunos e professores, além de um relatório de observação. Participaram da pesquisa crianças, sendo 2 meninas e 38 meninos e 5 professores. Os dados foram organizados por escola esportiva, de forma que se identificaram três aspectos: as percepções do professor sobre o próprio trabalho com o esporte, as percepções dos alunos sobre o esporte enquanto participantes das aulas de determinado professor e as características metodológicas observadas pelo grupo de pesquisadores nas aulas. Logo os três aspectos foram associados, a fim de estabelecer pontos de convergência entre o tipo de trabalho desenvolvido e as construções atitudinais sobre o esporte por parte das crianças. A partir da análise qualitativa das respostas e da observação, foi estabelecida a proporção quantitativa das ocorrências identificadas, analisando, inclusive, as diferenças dessas proporções. O estudo mostrou que a maioria dos professores foram atletas infantis e juvenis (60%); que os professores disseram conhecer a metodologia global-funcional e analítico-sintético (80%); a maior parte dos professores relataram conhecer a metodologia analítica, global e mista (40%); como aspectos essenciais para a aula de esporte, a maioria dos professores elegeu os jogos/brincadeiras pré-desportivos (60%); e segundo eles, o objetivo principal das aulas é formar cidadãos (60%). Diante da escolha em vencer ou participar da partida de campeonato, a maioria das crianças optaram por participar (57%). A pesquisa revelou a importância de se desenvolver mais estudos que relacionem as formas de ensino ao seu potencial para a geração de resultados em aprendizagem e formação para a vida. Isso porque, o fato de as individualidades de cada criança serem levadas em conta, além da intencionalidade do professor e a forma como o conhecimento será compartilhado, parece ser mais determinante na formação do aluno.