O ensino de enfermagem psiquiátrica no Ceará: a realidade que se esboça

Abstract

UNITERMOS: ensino de enfermagem psiquiátrica, reforma psiquiátrica, enfermagem em saúde mental, educação em enfermagemNo Ceará, a exemplo de outros Estados, o ensino de Enfermagem Psiquiátrica tem por base o saber médico, sendo que sua prática dá-se, predominantemente, no ambiente hospitalar. Ao mesmo tempo em que o saber médico se constitui como hegemônico, ele também é assimilado e se reproduz de modo conflitante, produzindo uma prática assistencial que se concretiza em suas determinações econômicas, políticas e ideológicas. A apreensão desses movimentos vários, presentes de forma não transparente na prática concreta do ensino de enfermagem psiquiátrica, é nosso foco de atenção.No momento em que se vivencia o processo de discussão de toda a assistência psiquiátrica brasileira, em vários segmentos da sociedade, em que se busca a implantação de um projeto de reforma na área, um estudo dessa natureza fornece subsídios para o repensar dessa realidade, ampliando os canais de debate em busca de alternativas transformadoras do ensino e da assistência de enfermagem psiquiátrica atuais.Pensando na realização de uma análise crítica da realidade de ensino no Ceará, necessária se faz a explicitação de alguns conceitos ou categorias teóricas que possibilitarão a aproximação do objeto em estudo. Entendo, concordando com FRIGOTTO (1994), que essas referências necessitam ser revistas no processo de investigação, fazendo-se necessária a reconstrução das categorias analíticas.Entre as posições assumidas para a análise pretendida, destacamos: o entendimento da enfermagem enquanto prática social que se reproduz historicamente, constituindo-se com contradições, antagonismos, alienações e interdependências próprias de sua inserção social; a escola como instrumento formal de transmissão do saber, reprodutora das estruturas existentes e da ideologia oficial (dominante) e, também, elemento ativo de transformação da sociedade. O saber aí transmitido é visualizado enquanto construção histórica e social, compreendido em seu constante movimento de transformação. Nessa perspectiva, o ensino formal traduz-se em saber que se constrói e se transforma histórica e socialmente.A hegemonia é tida por GRAMSCI (1985) como a capacidade de direção cultural e ideológica de uma classe sobre o conjunto da sociedade, sendo uma relação

Psychiatric nursing and mental health teaching in relation to Brazilian curriculum

“…As for the places of practice and the methods or contents used, there is little discussion about the teaching of psychiatric nursing in this period. Practical classes took place in hospices (28)(29)(37)(38)(39) or did not exist until 1942 (9,29,35) . These divergences in nursing education are evident in the analysis of the contents offered.…”

“…The teaching of pathologies and syndromes was given by the psychiatrist (29) . In this first moment of formalization of nursing education, the contents were limited to signs and symptoms and definitions of pathological charts (29,35,(37)(38) . These characteristics in the teaching…”

“…O ensino de enfermagem psiquiátrica no Ceará: a realidade que se esboça (35) To characterize and analyze critically the current teaching of the psychiatric nursing discipline and the Psychiatric Reform project.…”

Ações de enfermagem no cenário do cotidiano de uma instituição psiquiátrica

“…Outros estudiosos que investigaram sobre o ensino da enfermagem psiquiátrica no Brasil confirmaram a importância dada ao processo interpessoal (12)(13)(14)(15) . (16) .…”

O Ensino de Enfermagem Psiquiátrica e/ou Saúde Mental: avanços, limites e desafios

“…Como exemplos, podemos citar os estudos de , no Estado de São Braga (1998) no Ceará e o de Kantorski (1998), no Rio Grande do Sul, ressaltando que a prática era desenvolvida principalmente em hospitais psiquiátricos convencionais, sinalizando, todavia, para a necessidade de ampliar os locais de estágios, na perspectiva de uma prática diferenciada em hospital geral e comunidade. Maftum (2004), embora ressalte a ampliação dos locais de estágios, deslocando-se do hospital psiquiátrico para outros espaços abertos de atenção ao indivíduo em sofrimento psíquico, alerta para a morosidade dos avanços da Reforma Psiquiátrica no estado no que diz respeito à implantação da rede de serviços de saúde mental e do investimento das políticas públicas na área de saúde mental.…”