O enfermeiro em face ao processo de morte do paciente pediátrico

Abstract

Introdução: Para os profissionais de enfermagem a morte é ainda encarada como um tabu. O convívio diário com pacientes em processo de finitude de vida pode acarretar em sentimentos negativos, que são agravados quando esse indivíduo é uma criança. Assim, esses impactos podem influenciar na qualidade de vida e na assistência prestada por esses indivíduos. Objetivo: Conhecer os impactos vivenciados por enfermeiros no processo de morte do paciente pediátrico. Método: Pesquisa de natureza qualitativa, descrita e exploratória, realizada em um hospital pediátrico, na cidade de Salvador- BA em abril de 2017. Foram entrevistados 10 enfermeiros atuantes em Pediatria há mais de dois anos. Da análise dos relatos coletados depreenderam-se quatro categorias temáticas. Resultados: Constatou-se que o enfrentamento da morte constitui uma situação complicada e dolorosa, e que a sua grande frequência nos hospitais não modifica os impactos sofridos por esses profissionais. Ficou evidente que o convívio desses enfermeiros com o paciente pediátrico favorece a criação de laços afetivos. Considerações finais: Concluiu-se que a temática da morte ainda é pouco abordada na formação profissional e que a criação de serviços de apoio psicológico nas instituições poderia contribuir bastante para minimizar os danos causados pelo enfrentamento em longo prazo com esses óbitos.

O cotidiano das enfermeiras na oncologia pediátrica

“…Neste sentido, as enfermeiras, por lidarem com a morte, especialmente de crianças oncológicas, costumam sofrer impactos devastadores em sua capacidade relacional, racional e emocional. Na tentativa de entender a dor e o sofrimento do outro, essas profissionais podem vivenciar sentimentos negativos e prejudiciais à sua saúde por absorver demasiadamente os problemas do paciente e de sua família (Reis & Souza, 2019).…”

Espaço para profissional de saúde versus Intersubjetividade: relato de experiência

“…A emoção produzida nos profissionais é decorrente da criação de laços afetivos com os pacientes, que são ainda mais reforçados em casos de internação hospitalar longa. Por esta razão, refletir sobre esta temática, buscando compreender a vivência dos profissionais, é de suma importância, pois muitos deles têm dificuldade em lidar com o óbito de crianças sem sofrer, o que a longo prazo pode acarretar patologias (10) .…”

Contributos para o enfermeiro frente ao processo morte e morrer na emergência pediátrica: Percepção e estratégias de enfrentamento

“…Os enfermeiros buscam superar esses impactos no cotidiano assistencial e pessoal; para isso, buscam estratégias para desvincular a relação pessoal do profissional. Relatos afirmam que existe a tentativa de aprender a lidar com o sofrimento e a angústia vivida pelos familiares, porém, na maioria das vezes, a tentativa é frustrada e acarreta em abalos na assistência, porém, é importante se pensar em estratégias defensivas para continuidade do cuidado e, consequentemente, diminuição dos impactos no enfermeiro que atua na emergência pediátrica Reis, 2019).…”

“…Outros estudos também corroboram que o óbito pediátrico pode ser considerado mais doloroso que na vida adulta, já que a morte de uma criança leva a um conceito de tragédia e interrupção do ciclo da vida. Dessa maneira, a sobrevida dela se constitui como um objetivo principal para equipe, devido à alta possibilidade de cura em pacientes pediátricos (Souza, Reis;. Diante as internações hospitalares, o setor de emergência pediátrica compreende uma taxa alta de internações, um grande número de crianças é acometido por doença graves e avançadas com prognostico ruim, sendo a morte um destino inevitável para muitas delas e acaba sendo esperada pelos enfermeiros (Pessini & Hossne, 2010;Matsumoto, 2012;Ribeiro;Fassarela & Neves, 2020).…”

“…Confrontar a morte por si só é uma questão difícil, mas a sua ocorrência em uma fase precoce, ou seja, nos primeiros anos de vida de uma pessoa, implica dificuldades de compreensão e aceitação. Estudos comprovam que os enfermeiros de emergência pediátrica sofrem mais com o processo de morte, pois entendem que a vida da criança foi interrompida e que fracassou por não conseguir evitar a ocorrência do óbito (Souza, Reis;.…”