A geografia tem, ao longo de sua história, debatido sobre um grande conjunto de modelos binários: natureza-sociedade, geral-particular, bárbaro-civilizado, espaço-lugar, global-local etc. Mais recentemente, a geografia tem se apropriado de novos debates e inserido novas questões sobre dualidades constituídas socialmente: pobreza-riqueza, homem-mulher, negro-branco, humano-animal etc. (Cloke; Johnston, 2005). Tais modelos usualmente se referem a grandes generalizações e criam mitologias que são atribuídas socialmente, mas que, por vezes, aparecem como dados naturais, ou seja, são naturalizados para se fazer pensar que sempre foi assim e que assim sempre será. Sobre esses aspectos, há um profundo exame ocorrendo nos últimos 40 anos, que tem mudado significativamente a forma como pensamos a identidade disciplinar da geografia. Abre-se um horizonte de pesquisas inédito ao olhar geográfico e descortina-se um campo imenso para a exploração desse conhecimento. A promessa é de que novos olhares, temas, métodos e conceitos ajudem a rever princípios que dirigiam até então o fazer disciplinar.