Abstract:Resumo O presente ensaio tem por intuito realizar uma breve reflexão da ética contemporânea imposta ao corpo, que aponta para uma crescente responsabilização do indivíduo e sua obrigatoriedade em relação às maneiras sadias e corretas de viver. O objeto central de análise é a constituição do corpo na modernidade em espaço da intervenção técnica problematizando as formas contemporâneas de cuidados com o corpo, como a dieta e os exercícios físicos que expressam taxionomias da matriz de significações da modernidad… Show more
“…Each subject follows a path accessed from their experiences and subjectivities mobilized by memories and recollections, migration processes, family experiences, work, beliefs, religiosity, language, and science. These configure them as experiences that also result from social structures and processes 8 . These discomforts with broader social issues did not seem disconnected from personal annoyances with their bodily experiences in the face of a contemporary ethic that imposes a single corporality for an allegedly healthy life 9 .…”
This essay explores the convergences and singularities of popular education and Food and Nutrition Education based on biographical fragments of the undergraduate training program in Nutrition of three university professors who established their academic and professional trajectories at these crossroads of knowledge and actions mediated by popular education. Inspired by the autobiographical method, the narratives revealed that the initial indignations with social inequalities were mobilizing the routes in the formative path toward understanding hunger, suffering, and human care. To this end, seeking spaces and opportunities to learn about and experience social work in contexts of vulnerabilities was a decisive factor in their personal and professional constructions, revealing the contradictions of traditional training models and the starting point for the genesis of critical thinking. Thus, clues are offered to understand the interfaces of Popular Education (PE) and Food and Nutrition Education (FNE) in the converging actions around the fight against hunger and the right to food without, however, reducing one to the other when food and Nutrition are projected on the horizon of practices.
“…Each subject follows a path accessed from their experiences and subjectivities mobilized by memories and recollections, migration processes, family experiences, work, beliefs, religiosity, language, and science. These configure them as experiences that also result from social structures and processes 8 . These discomforts with broader social issues did not seem disconnected from personal annoyances with their bodily experiences in the face of a contemporary ethic that imposes a single corporality for an allegedly healthy life 9 .…”
This essay explores the convergences and singularities of popular education and Food and Nutrition Education based on biographical fragments of the undergraduate training program in Nutrition of three university professors who established their academic and professional trajectories at these crossroads of knowledge and actions mediated by popular education. Inspired by the autobiographical method, the narratives revealed that the initial indignations with social inequalities were mobilizing the routes in the formative path toward understanding hunger, suffering, and human care. To this end, seeking spaces and opportunities to learn about and experience social work in contexts of vulnerabilities was a decisive factor in their personal and professional constructions, revealing the contradictions of traditional training models and the starting point for the genesis of critical thinking. Thus, clues are offered to understand the interfaces of Popular Education (PE) and Food and Nutrition Education (FNE) in the converging actions around the fight against hunger and the right to food without, however, reducing one to the other when food and Nutrition are projected on the horizon of practices.
“…Por di-ferentes caminhos, nossos(as) três protagonistas entraram no curso de nutrição com inquietações, incômodos e perplexidades frente a tais situações. Cada protagonista trilha um caminho que é acessado a partir das suas experiências e subjetividades mobilizadas pelas memórias e lembranças, processos de migração, vivências familiares, do trabalho, bem como das crenças, religiosidade, linguagem, ciência etc., o que as configuram como experiências também resultantes de estruturas e processos sociais 8 . Destaca-se que estes incômodos com as questões sociais mais amplas não pareceram estar desconectados com os incômodos pessoais com as próprias experiências corporais vivenciadas diante de uma ética contemporânea que impõe uma corporalidade única para uma vida considerada saudável 9 .…”
Section: O Mal-estar Como Ponto De Inflexãounclassified
Resumo Este ensaio explora as convergências e singularidades do diálogo entre a educação popular (EP) e a educação alimentar e nutricional (EAN) a partir de fragmentos biográficos do percurso formativo da graduação em Nutrição de três docentes universitários que constituíram as suas trajetórias acadêmico-profissional mediados pela Educação Popular. Inspirando-se na autobiografia, as narrativas revelaram que as indignações iniciais com as desigualdades sociais foram mobilizadoras do percurso formativo, possibilitando a compreensão dos fenômenos da fome, do sofrimento e do cuidado humano. Assim, o exercício de buscarem espaços e oportunidades na qual pudessem conhecer e experienciar o trabalho social em contextos de vulnerabilidades mostrou-se decisivo nas construções pessoais e profissionais, revelando as contradições dos modelos tradicionais de formação e foram o ponto de partida para a gênese do pensamento crítico. Assim, pretende-se oferecer pistas para compreender as interfaces entre EP e EAN, na convergência de ações em torno da luta contra a fome e pelo Direito à Alimentação, sem, entretanto, reduzir-se uma à outra, quando a alimentação e nutrição se projetam no horizonte das práticas.
“…48 Nesse ínterim, o corpo interioriza os comandos do poder disciplinar, e também de submissão e controle. 49 Tal perspectiva tonifica o processo de "lightinização" da existência, que diz respeito à valorização da vida pela leveza representada pelo corpo jovem, magro e saudável, que ocorre a partir de mudanças alimentares e dos novos padrões corporais. Assim, percebe-se que o contexto da pandemia intensificou os conflitos, preocupações e paradoxos relacionados à comida e ao corpo, assentados na visão medicalizada da alimentação e da racionalidade nutricional 42 e nas normativas estético-corporais.…”
Introdução: O período pandêmico provocou inúmeras alterações, sendo a alimentação um dos contextos afetados. Objetivo: Compreender os novos arranjos e significados das práticas alimentares vivenciados durante a primeira onda da pandemia pela Covid-19 por profissionais da educação superior. Métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa e de caráter exploratório. Foram entrevistados, individualmente e de forma remota, dez profissionais do setor da educação superior de duas universidades federais do interior de Minas Gerais. As entrevistas foram analisadas por meio da Análise Temática de Bardin em conjunto com a Análise de Similitude via IRAMUTEQ. Resultados: As entrevistas permitiram a identificação de três eixos temáticos: (1) “Manejos da comida e do corpo: prazer, culpa e medo do ganho de peso”, explorando os embates que se intensificaram no que tange ao corpo e às escolhas alimentares; (2) “Re-arranjos sociais, comensalidade e práticas alimentares”; e (3) “O exercício do cozinhar no confinamento: polissemias, temporalidades e gênero”, discorrendo sobre o dinamismo da alimentação ao vivenciar alterações na composição domiciliar, rotina e obrigações de trabalho. Discussão: Foi possível identificar relações entre o distanciamento social, o confinamento domiciliar e as práticas alimentares individuais e coletivas. Em razão dos diferentes rearranjos sociais, estruturados pelos participantes para lidar com as restrições impostas pela pandemia, comportamentos dicotômicos emergiram, refletindo conflitos frente aos ajustes nas práticas alimentares. A relação nutriente-alimento (nutricionismo) esteve muito presente nas narrativas, influenciando pensamentos e comportamentos sobre o corpo e o bem-estar. Conclusão: Conclui-se que o contexto pandêmico gerou alterações em relação aos arranjos, representações e significados do comer e da alimentação.
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