Este trabalho procura explorar o campo de pesquisa da história e da teoria da crítica literária, não apenas tomando os críticos como objeto de pesquisa, mas investigando a construção do pensamento de um autor clássico dos Estudos Literários no Brasil: Antonio Candido. A pesquisa se concentra em uma seleção de textos e ensaios do crítico com o objetivo de identificar as variações teóricas e metodológicas ao longo de sua obra, enfocando as relações entre formalismo e historicismo, aqui entendidos como modelos teóricos fundadores de uma “modernidade crítica” no âmbito da crítica literária ocidental. Nesse sentido, o corpus bibliográfico permite identificar a gradação de posicionamentos teórico-críticos ao longo de sua trajetória intelectual e, ao mesmo tempo, comparar regularidades e variações das abordagens assumidas ao longo do tempo. Observar, escutar e compreender atenciosamente a obra de Antonio Candido em seus próprios termos. Eis a ambição deste texto. A voz, a posição e o ângulo (e os equívocos, é evidente) são necessariamente meus. Espera-se, daí, que a voz, a posição e o ângulo de Antonio Candido também possam ser ouvidos. Não é sem alguma ironia que, no primeiro capítulo, argumento que o próprio Candido representa um modo específico de resistência à teoria, embora também tenha oferecido sofisticadas formulações teóricas a questões disputadas e complexas, algo que me proponho a estudar no segundo e terceiro capítulos. Em alguma medida, este trabalho pode ser ele próprio encarado como uma leitura avessa à vontade do autor em relação à sua obra. Palavras-chave: Antonio Candido. Crítica literária brasileira. Teoria da crítica literária.