O Comportamento De Jovens E Adultos No Mercado De Trabalho Brasileiro Comrelação À Permanência No Emprego

Abstract

RESUMO A permanência do trabalhador no mercado de trabalho é de grande importância para a economia do país. Isso se dá, principalmente, devido ao ganho de capital humano adquirido pelo trabalhador, especialmente quando jovem.Dentro dessa perspectiva, este trabalho busca analisar as incidências de rotatividade entre empregos dos jovens brasileiros nos anos de 2001, 2009 e 2015, bem como avaliar os aspectos que determinam maiores níveis de rotatividade,especificamente,para o ano de 2015. Para tanto, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)do ano de 2015, aplicou-se o modelo econométrico Logit Ordenado para identificar os fatores que se associam ao comportamento de indivíduos em diferentes faixas etárias, no que concerne às suas propensões a estarem em um nível de alta ou baixa rotatividade no mercado de trabalho. Os resultados evidenciaram que pessoas de 18 a 35 anossão mais propensosa saírem do emprego e que fatores como maior escolaridade diminui a probabilidade de ter alto nível de rotatividade no mercado de trabalho.

Determinantes da Variação do Emprego dos Jovens Brasileiros: Uma Análise de Decomposição Estrutural para 2002–2015

“…Já a taxa de participação dos jovens (Particip. de jovens) declinou em quase todos os anos analisados, passando de 59,06% em 2002 para 52,16% em 2015, o que pode estar relacionado à escolha desses indivíduos em obter maiores níveis de qualificação, postergando sua entrada na força de trabalho (Pontes et al, 2018). Os únicos movimentos de alta na participação desse grupo ocorreram entre 2003 e 2005 e em 2014.…”

“…Tal movimento, ao ocorrer em um período de crescimento econômico, pode estar relacionado com a escolha dos próprios jovens em conciliar os estudos com as atividades ocupacionais. Segundo Pontes et al (2018), as mudanças na economia brasileira durante esses anos fizeram com que o mercado exigisse maiores qualificações dos trabalhadores, o que repercutiu na oferta de trabalho dos jovens e na escolha em aperfeiçoar seu capital humano. Ao mesmo tempo, com o aumento da renda das famílias, alguns jovens que antes teriam que buscar emprego para complementar a renda familiar, passaram a se dedicar aos estudos.…”

“…No caso do Brasil, grande parte dos estudos enfatiza as características individuais dos trabalhadores. Em suma, a literatura mostra que a elevada incidência e a duração do desemprego juvenil estão relacionadas à baixa qualificação e experiência e à maior rotatividade no emprego, em comparação aos trabalhadores mais velhos (Flori, 2005;Cunha et al, 2011;Corseuil et al, 2013;Araújo e Antigo, 2016;Pontes et al, 2018). Entretanto, não foram encontrados trabalhos na literatura nacional que exploram a questão sob a ótica das relações intersetoriais da economia.…”