A não compreensão das representações dos docentes acerca das aulas de Educação Física (EF) leva os gestores escolares e os professores dos demais componentes curriculares a considerarem muitas vezes as aulas de EF como prêmio ou castigo. Além disto, frequentemente a disciplina não é reconhecida por seus resultados que, entre outras coisas, podem ser decisivos na promoção da saúde e da qualidade de vida da população. Diante do problema apresentado, este artigo objetiva identificar e analisar as memórias de professores acerca da EF escolar. Como procedimentos metodológicos a pesquisa assume o design qualitativo, envolvendo revisão de literatura e pesquisa de campo com seis professores da rede municipal de Lages/SC. Foi realizada uma roda de conversa com anotações em diário de campo. A análise dos dados foi baseada na interpretação destes e no suporte de autores e articulistas que produziram sobre a temática. De modo geral, os professores participantes da roda de conversa sinalizaram para uma visão esportivista e militarista de EF escolar ou de uma não-aula. Nestes termos, conclui-se que há necessidade de se considerar as referências prévias dos sujeitos que atuam na escola para que a referência da aptidão física possa ser um caminho para se pensar um projeto de escola voltado aos conhecimentos sobre saúde e cuidados com o corpo, o que poderá influenciar na qualidade de vida dos sujeitos e também ser revista no sentido de atender aos debates atuais da EF escolar.