Abstract:Resumo o artigo analisa como os regimes autoritários da América latina no final do século XX foram tomados como motivo para um desvio em face da tradição cristã dos calendários que orientavam o fiel a lembrar, em cada dia, a vida de um santo. Seguirei, como fio condutor, um caso específico: a vida e a morte de frei Tito de Alencar lima, dominicano preso e torturado entre os anos de 1969 e 1970. A partir desse recorte, farei uma avaliação a respeito das possibilidades de mapeamento dos sentidos do tempo que est… Show more
“…É possível que na fabricação desses textos, os fios constitutivos procurassem fixar nessa estrutura o caráter singular e o potencial atrativo das estórias populares. Buscando robustecer um enredo que por si mesmo já era chamativo, a sua escrita costura o fato (embora esdrúxulo), numa narrativa fabulosa (RAMOS, 2012). O testemunho, as provas, os fatos destacados, a legitimidade da narrativa jor-Crimes, causos e infâmia nos periódicos fortalezenses nalística, tudo era capturado numa trama que ao encapsular o que se assumia por real, dava-lhe não apenas legitimidade, mas construía--lhe uma identidade fascinante para os leitores:…”
Livro com artigos apresentados no VI Seminário Internacional História e Historiografia, nos seminários temáticos “Ditadura civil-militar brasileira, comportamento e políticas do cotidiano”, “Fontes, imaginação e narrativas do passado”, “Ditaduras militares na Am érica Latina, transições democráticas e usos políticos do passado” e “Ditadura, disputas de memória e o papel dos historiadores no Brasil”. Os textos aqui reunidos trazem análises sobre o período da Ditadura no Brasil a partir de fontes tradicionais e dos arquivos abertos ao público a partir da década de 1990, bem como o impacto da ascensão da extrema-direita na atualidade, reflexo do período de autoritarismo.
“…É possível que na fabricação desses textos, os fios constitutivos procurassem fixar nessa estrutura o caráter singular e o potencial atrativo das estórias populares. Buscando robustecer um enredo que por si mesmo já era chamativo, a sua escrita costura o fato (embora esdrúxulo), numa narrativa fabulosa (RAMOS, 2012). O testemunho, as provas, os fatos destacados, a legitimidade da narrativa jor-Crimes, causos e infâmia nos periódicos fortalezenses nalística, tudo era capturado numa trama que ao encapsular o que se assumia por real, dava-lhe não apenas legitimidade, mas construía--lhe uma identidade fascinante para os leitores:…”
Livro com artigos apresentados no VI Seminário Internacional História e Historiografia, nos seminários temáticos “Ditadura civil-militar brasileira, comportamento e políticas do cotidiano”, “Fontes, imaginação e narrativas do passado”, “Ditaduras militares na Am érica Latina, transições democráticas e usos políticos do passado” e “Ditadura, disputas de memória e o papel dos historiadores no Brasil”. Os textos aqui reunidos trazem análises sobre o período da Ditadura no Brasil a partir de fontes tradicionais e dos arquivos abertos ao público a partir da década de 1990, bem como o impacto da ascensão da extrema-direita na atualidade, reflexo do período de autoritarismo.
“…Sobre essa mistura de interesses, aliás, vale lembrar a cooperação entre ambos: quando ainda morava no Ceará, Capistrano fez uma pesquisa para Alencar: coletou versos da tradição oral narrando cenas de vaquejadas. Alencar usou a pesquisa no romance O Sertanejo e Capistrano no seu Capítulos de História Colonial, quando se refere à cultura do gado no sertão (RAMOS 2012). Se eles se fizeram semelhantes na pesquisa, o uso dela os mobilizou para campos em litígio.…”
ResumoCom base nas interrogações de Michel de Certeau sobre a "operação historiográfica", este artigo examina os modos pelos quais José de Alencar procurou dar legitimidade ao seu modo de fazer do passado um objeto de conhecimento. Compreende-se, desse modo, que os romancistas assumiram, também, a tarefa de compreender o passado. E, além disso, ou subjacente a isso, passaram a rivalizar com a suposta circunscrição que os historiadores foram estabelecendo. Pretende-se abordar como a escrita de José de Alencar faz parte dessas tensões que ganharam mais força a partir do século XIX, transformando a história no "outro" da literatura, e a literatura no "outro" da história. Serão analisados certos confrontos entre história e literatura, levando-se em consideração que as lutas pelas fronteiras entre ambas fazem parte da própria legitimidade que a escrita da história vai constituindo para si mesma. Serão feitas algumas comparações entre a escrita de José de Alencar e a de outros romancistas, no sentido de mapear disputas e na perspectiva de perceber como a literatura foi se afirmando como o "outro" da "escrita da história".
Palavras-chaveHistória; Literatura; Narrativas.
AbstractBased on Michel de Certeau's interrogations about the "historiographical operation", this article examines the ways in which José de Alencar sought to legitimize his way of making the past an object of knowledge. We comprehend, thus, that novelists have also undertaken the task of understanding the past. And in addition to this fact, or underlying it, novelists came to rival the alleged circumscription that historians were establishing. In this sense, we intend to approach how José de Alencar's writing partook in those strains, which started to be strengthened in the 19 th century, turning history into the "other" of literature and literature into the "other" of history. Some clashes between history and literature will be examined, considering that the struggles for boundaries between history and literature are part of the very legitimacy that the writing of history constitutes for itself. Some comparisons will be made between José de Alencar's writing and that of other novelists, in order to chart disputes and identify the perspective of realizing how literature came to assert itself as the "other" of "history writing".
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.