“…estudos tradicionais sobre os processos decisórios dos consumidores, no campo da teoria da escolha, que normalmente se concentram nos estudos da demanda, baseiam-se em princípios consagrados, nos quais estabelecem-se conhecidos padrões de comportamento dos consumidores médios (em relação a preços, renda, preferências, etc.). Apesar de todas as extensões sobre o comportamento dos consumidores, inclusive com as discussões sobre os limites da racionalidade ou a inclusão de fatores psicológicos ou emocionais nas tomadas de decisão de consumo, ainda persiste a realidade básica de que a relação entre a renda do consumidor e preço do bem desejado, segundo seu ordenamento de preferências, é fundamental(ALBUQUERQUE, 1986).A teoria clássica do comportamento dos consumidores baseia-se no fato de que os indivíduos realizam as suas escolhas individuais, estritamente de forma racional, dada a oferta de um conjunto de preferências transitivas, que as pessoas se guiam pela não-saciedade (ou seja, preferem mais do que menos) e que a satisfação do consumidor é maior usufruindo de um pouco de cada bem do que consumindo tudo de um único (propriedade da convexidade)(MAS- COLELL et al, 1995). Considerando essas premissas, Deaton e Muellbauer (1980) afirmam que o comportamento do consumidor pode ser apresentado de acordo com a sua renda, ou seja, em que 𝑈(𝑞 1 , 𝑞 2 , … 𝑞 𝑛 ) é a função de utilidade que o indivíduo irá obter dado o consumo dos bens que compõem a sua cesta.…”