Nova técnica para treinamento em acessos vasculares guiados por ultrassom utilizando modelo de tecido animal

Abstract

A ultrassonografia Doppler deixou de ter seu uso apenas como método diagnóstico e vem galgando espaço nos procedimentos terapêuticos. Com maior aplicabilidade e uso de cateteres venosos centrais e procedimentos guiados por ultrassom, há preocupação com a melhora da eficácia e segurança durante o procedimento, assim como com a diminuição das potenciais complicações. Para isso, o treinamento da técnica em modelos (phantoms) é desejável. Os modelos industrializados para treinamento em acesso vascular guiado por ultrassom são caros e não reproduzem adequadamente a ecotextura e a densidade dos tecidos humanos. Na tentativa de treinar e aprimorar os profissionais para o uso do ultrassom em procedimentos de acessos vasculares, desenvolveu-se um modelo animal de baixo custo, fácil confecção e excelente aplicabilidade.

Montagem e aplicação de modelo de baixo custo de dissecção venosa

“…Nesse manequim o cateter deve ser curto devido o comprimento do balão. É importante ressaltar que mesmo diante dessas intempéries, o modelo demonstra por completo toda a técnica de dissecção venosa da veia basílica, podendo ser expandidas para outros sítios de dissecção, apenas mudando as referências anatômicas [13][14][15] .…”

Modelo artesanal de treinamento para acesso vascular ecoguiado em adaptação de gel balístico

“…Entretanto, variações anatômicas ou outras condições podem levar a necessidade de múltiplas tentativas de punção, por vezes em diversos sítios, expondo os pacientes às potenciais complicações, desconforto do paciente pelo excesso de manipulação e ainda a possibilidade, mesmo que remota, de insucesso no implante de dispositivos vasculares. Neste contexto, a realização de procedimentos ecoguiados pode proporcionar mais segurança, pois permite a visualização da agulha desde a pele até sua inserção no vaso sanguíneo, identificação de possíveis alterações no vaso alvo e, da mesma forma, a observação da adequada navegação do fio guia no interior do vaso 6 . Assim, uma considerável taxa de morbidade pós-cirúrgica pode decorrer de falhas na técnica de canulação de vasos centrais, sendo as principais complicações: a punção arterial, pneumotórax, lesão nervosa, trombose, hematoma e mesmo o retardo no tratamento por colocação incorreta do cateter 7,8 .…”

“…Para suprir a necessidade de destreza, foram desenvolvidos fantasmas de ultrassom, como o descrito neste artigo. Vários outros modelos já foram relatados como o uso de água e gelatina/ágar 9 , Blue Phantom™ 10 e os moldes que utilizam produtos orgânicos, como modelo animal 6,7 . Por outro lado, para ser considerado ideal, o simulador de ultrassom deve possuir a ecogenicidade comparável a dos tecidos humanos 6,7,9 , estar rapidamente disponível 7 , ter baixo custo 6 , possibilidade de ser utilizado repetidamente 6,7,9,10 , promover um feedback tátil 6,7,9 , manter a agulha estática 6,7,9,10 , não deixar evidente o caminho da agulha e não causar exposição a agentes nocivos à saúde 6,7,9,[10][11][12][13] .…”

“…Comparando-se, então, às alternativas de reduzido custo encontradas na literatura, têm-se que o modelo descrito demonstrou-se satisfatório em relação à disponibilidade de uso quando confrontado aos que utilizam produto animal 6,13 . A relativa incapacidade de reutilização daqueles a base de gelatina/ágar não foi observada no presente modelo 9 , havendo perdas por derretimento apenas diante de temperaturas elevadas.…”

Gelatin model for training ultrasound-guided puncture

“…10 Many models have been developed with the aim of simulating medical procedures, but the majority of them bear very little similarity to what is found in real patients. 11,12 With the aim of improving the range of models available, by achieving a closer approximation to reality, this study consisted of creation of a model made from gelatin that could be used to train ultrasound-guided punctures, both transversally and longitudinally.…”