“…Por outro lado, por mais que as fronteiras estejam ainda ligadas à ideia de limite, sobretudo no campo dos deslocamentos humanos, dependendo do ponto de vista de quem analisa as fronteiras, é possível, também no contexto dos deslocamentos humanos, identificar operações de passagem e contato onde a princípio só há limite. Esta análise foi realizada por Agier (2016) que, a partir de pesquisa etnográfica, identificou como as zonas fronteiriças dos sujeitos em deslocamento promovem contato e relação com a alteridade. Nessa perspectiva, os campos de refugiados, por exemplo, que barram e limitam o acesso dos sujeitos à cidade, são também lugar de encontro entre nacionalidades, etnias e culturas.…”