Nós, pós-humanos: da gênese à liberdade

Abstract

A capacidade tecnológica de transformar a biologia, ligada aos avanços da engenharia genética, da farmacologia, da cibernética e da nanotecnologia, tem gerado uma ampla variedade de dispositivos de manipulação das caraterísticas e das funções humanas, levando a questionamentos fundamentais de ordem ética. Novas (bio)tecnologias criam e modificam os alimentos e os fármacos que ingerimos; os dispositivos que integram e alteram o nosso corpo; e os prostéticos que o aumentam ou melhoram. Se hoje assistimos a uma proliferação e democratização das tecnologias de manipulação corporal, essas intervenções, de formas e intensidades diferentes dependendo dos diversos contextos, estão desde sempre presentes na história da espécie humana. Este ensaio apresenta uma reflexão-repensamento crítica sobre o que nós entendemos hoje como “ser humano” e sobre as dimensões éticas, estéticas e políticas da autodeterminação humana.

The underbelly of Homo Plasticus

“…Self-improvement is also defined very narrowly, in a manner that often (but not always) reasserts the light-skinned, thin, young, able-bodied and cisgender ideal. As Pussetti 1 points out, the "body-norm" becomes a morality tale that blames those outside the norm for their condition, portraying them as "lazy, unruly or negligent" (p. 10) for having bodies that do not measure up. There is very little freedom, therefore, within a neoliberal context that promotes consuming different biotechnologies to create a more perfect human.…”