Níveis de ruído no posto de operação de um trator agrícola na operação de semeadura

Abstract

A utilização de tratores agrícolas expõe os operadores a diferentes agentes que podem ser nocivos à saúde, dentre eles, o ruído, que dependendo da intensidade, leva à perda gradual da sensibilidade auditiva dos operadores. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo avaliar o nível de ruído que chega ao posto de operação em um trator agrícola tracionando uma semeadora-adubadora de precisão, equipada com dois tipos de mecanismos sulcadores de fertilizante, em quatro velocidades de trabalho e duas configurações do condicionador de ar; e comparar com os limites estabelecidos pela norma NR-15. Para a mensuração dos níveis de ruído foi utilizado um medidor de pressão sonora, posicionado a 0,15 m do ouvido do operador, com todas as aberturas do posto de operação fechadas. A intensidade sonora próxima ao ouvido do operador, em todos os tratamentos avaliados, foi inferior ao estabelecido pela norma, para uma exposição máxima de oito horas diárias. Há aumento significativo da pressão sonora quando se utiliza mecanismo sulcador de fertilizante do tipo haste em relação ao disco duplo e também, quando se utiliza o condicionador de ar. À medida que se aumenta a velocidade de trabalho do conjunto mecanizado ocorre um incremento linear na intensidade sonora.

Noise in agricultural machinery: Modernization and workers' health

“…The development of agricultural tractors occurred through the modernization of the agrarian sector, thus, the wheeled agricultural tractor became the most used vehicle in rural properties around the world, with a fleet of about 29 million tractors, with Brazil being one of the world's largest producers of tractors, with 98% of the machines sold in the country of national manufacture (BAESSO et al, 2015;NUNES et al, 2016;FARIAS & SCHLOSSER, 2020). In 2020, of the total production of agricultural machinery, 70.9% were wheeled tractors, 11.3% backhoe loaders and 10.4% grain harvesters, according to data from the National Association of Automotive Vehicle Manufacturers -ANFAVEA.…”

“…Although sound is part of the daily life of human beings and of agricultural mechanization, some sounds are unpleasant and undesirable, promoting physiological and psychological effects, since they exert a certain pressure on the eardrum membrane, causing a feeling of discomfort and gradual loss of hearing sensitivity; the so-called noises (CELEN & ARIN, 2003;SILVA et al, 2017;FARIAS & SCHLOSSER, 2020).…”

“…With technological advances and studies carried out in recent decades, the audible noise generated by the tractor engine and its components has been reduced, aiming to reach acceptable levels for exposed workers (BILSKI, 2013;FARIAS & SCHLOSSER, 2020). In a study conducted by Ramos, Valero and Cañavate (1999), it was observed that the noise level in tractors with cabs decreased from 89 dB(A) in 1981 to 78 dB(A) in 1999; in tractors without cabs, there was a decrease from 95 to 86 dB(A).…”

“…Older tractors, due to the materials used in their components and ergonomic deprivation, emit higher noise levels and, for the most part, do not have a cab for acoustic insulation (MION et al, 2009;BAESSO et al, 2017;CHAIBEN NETO et al, 2020;GOMES et al, 2021). The absence of a cabin causes an increase of approximately 15 dB(A) in the noise level, since noise occurs around the cabin above the recommended limit of 85 dB(A), indicating extremely uncomfortable working conditions (SANTOS FILHO et al, 2004;RINALDI et al, 2008;DAMASCENO et al, 2019;FARIAS & SCHLOSSER, 2020).…”

Vibração e ruído no posto de operação de um trator cafeeiro acoplado a um turbo pulverizador sob diferentes velocidades de trabalho

“…Na agricultura brasileira, estudos acadêmicos têm sido realizados com tratores agrícolas e seus implementos, avaliando-se separadamente os agentes de risco ruído (MAGALHÃES; CORTEZ;NAGAHAMA, 2012;BAESSO et al, 2017;SILVA et al, 2018;DAMASCENO et al, 2019;OLIVEIRA et al, 2020;FARIAS;SCHLOSSER, 2020;SILVA et al, 2021) e vibração (SANTOS et al, 2016;SANDI et al, 2018;SANDI et al, 2020) existindo, no entanto, poucos trabalhos que considerem a exposição simultânea a estes agentes de riscos ambientais, especialmente nos tratos culturais do cafeeiro.…”