A visita dos monitores às escolas nas aldeias era uma prática recorrente no desenvolvimento do Projeto Tucum -Curso de Formação para Professores Indígenas do Mato Grossomas não se fazia sem dificuldades: longas distâncias, estradas ruins, falta de apoio logístico por parte das prefeituras, condições de estada nem sempre muito confortáveis para jovens professoras inexperientes e urbanas. E, acima de tudo, sempre o imprevisível.A monitora havia se preparado bem para a visita à aldeia: dia e hora marcados para chegar, atividades previstas, longos contatos com o professor, via rádio. Dessa vez, pensava ela, eu não perco a minha viagem e consigo acompanhar as aulas do professor.Mas não foi ainda dessa vez que ela viu sua programação dar certo. Ao chegar, a primeira surpresa: a aldeia estava vazia. Desolada, saiu procurando uma explicação. Não era possível, se não houvesse marcado tudo com tanto cuidado! De repente, surge alguém, meio que rindo do seu desespero: -Tem ninguém, não, professora. Foi todo mundo pescar.-Não acredito que o professor fez isso comigo. Marcamos tudo, combinamos tudo certinho...-Se preocupe, não, professora. Eles levaram o quadro negro.