Mulheres e profissionais de saúde: o imaginário cultural na humanização ao parto e nascimento

Abstract

Na busca por conhecer o impacto da política de humanização ao parto e nascimento, para mulheres e profissionais de saúde, foi realizada uma pesquisa qualitativa, tomando como referencial metodológico a Análise de Conteúdo e os dados coletados por meio de entrevistas individuais. Os resultados, analisados à luz da Bioética Feminista, apontam que as mulheres vivenciam o processo parturitivo com a sensação de medo e desconhecimento do mesmo; e a humanização, nesse momento, significa submeter-se às ações intervencionistas a elas dirigidas, colocando-as em situação de extrema vulnerabilidade. Os profissionais verbalizam a existência de uma hierarquização nas relações, entre eles e as mulheres, que delimita o espaço social e de saberes. Ficou evidente a falta de comunicação na assistência dispensada por eles às mulheres. O resgate da autonomia feminina frente ao processo parturitivo e a transformação nas relações interpessoais e profissionais são aspectos relevantes vinculados às mudanças propostas pela Política de Humanização.

Autonomia feminina no processo de parto e nascimento: revisão integrativa da literatura

“…However, if the women are not sure of their rights or how they can claim these rights, any autonomy becomes a distant possibility. Ignorance about their own bodies and the reproductive processes merely supports the mechanisms of control and oppression assumed by these women in the hospital setting (11,13,16,(18)(19)24) . Contrarily, the model of technical obstetric care was directly tied to practices that restrict the autonomy of Brazilian women in the process of labour and childbirth, as described in all the studies.…”

“…The predominant idea in this model of care is the existence of an asymmetric relationship between professional and patient (17,(23)(24)(26)(27) , which becomes visible at the moment of delivery because, even when the women partici-pate in the process, it is only to collaborate with the work of the professional and not to ensure the exercise of their autonomy. Since they not allowed to express their feelings or their opinions about delivery, they remain silent.…”

Perspectivas de dor do parto normal de primigestas no período pré-natal

“…Thus, it is a cultural and determinant component, from the emotional and physical point of view, that normal birth has connotation and significance of traumatic experience to the woman. 2 The normal childbirth pain is recognized historically and culturally as an experience related to the parturition process, associated with the idea of suffering and expected by most women from different cultures. [3][4] With the emergence of obstetrics as a science, natural childbirth is no longer an event belonging to the private sphere of the family or the body of knowledge about women.…”

Como os trabalhadores de um Centro Obstétrico justificam a utilização de práticas prejudiciais ao parto normal

“…Every health institution should guarantee the healthcare model recommended by the Brazilian Ministry of Health, with intense respect for women as human beings. Health workers should adjust to this new healthcare paradigm to promote the policy of humanizing delivery, which implies the need to make changes in educational institutions and improve hospital infrastructure and working conditions (11) .…”