Mr. Catra e sua vontade pela margem: Judaísmo, negros e brancos na formação de um artista não erudito

Abstract

Resumo Exploro as relações do cantor de funk carioca Mr. Catra com o Judaísmo para repensar a noção de margem, tomando-a como espaço-tempo propício para a emergência de processos de subjetivação específicos, particularmente os artísticos. Argumento que a conversão informal de Mr. Catra ao Judaísmo é a culminância de uma vida que se constitui junto à uma vontade pela margem, manifesta ainda no trânsito entre sua residência e a favela e em sua filiação artística. Mostro o artista não erudito como especialmente apto a visibilizar a dimensão transformativa da arte ao mesmo tempo em que defendo que tornar-se judeu permite a Mr. Catra reconfigurar o modo com que elabora, através da arte, sobre as relações entre brancos e negros.

Slippery stereotypes – hair and the aesthetics of race in Brazil

“…For an example of how hair can be a problem for semitic women seeYee (2021).8 On another occasion I contemplated with Mr. Catra the creative productivity of the non place occupied by the Jew, bringing to the conversation Kafka, Benjamin and Scliar, as well as Fanon, Gilroy, Baldwin(MIZRAHI, 2018a). In this article, it is more specifically Carlo Ginzburg's considerations about distance in his Wooden eyes(2002), catalyzed by the fact that the author is Jewish, which inspired me, an issue that escapes the scope of the reflections I make here and will leave to treat more deeply at another moment.…”