“…A lógica com que se opera o sistema de transporte coletivo, não só no Rio de Janeiro, mas no Brasil de modo geral, é derivado, materialmente, das contradições existentes entre o capital e o trabalho presentes no processo de produção do espaço urbano. Em outras palavras, no Brasil, "onde vigora um modo de acumulação de 'base pobre'" (NUNES, 1987), há a ocorrência de uma espoliação cotidiana do trabalhador, sendo, concomitantemente: em âmbito 16 Ou seja, "claramente, não se trata de mera questão administrativa, mas de uma questão de segurança" (MOISÉS e MARTINEZ-ALIER, 1978, p.39). 17 As repressoras ações policiais podem ser vistas além de uma mera característica do autoritarismo do governo militar, como pertencentes a um Estado fraco, incapaz de agir com adequado aparato regulador.…”
Section: Suburbanosunclassified
“…Mas, como em toda a contradição que não se resolve, também o recrudescimento do protesto. Desta vez, porém, este se dará entre movimentos convictos de seus direitos, constituídos em sujeitos capazes de lutar e se modificar na luta, e desejamos, já em condições de buscar uma "alternativa positiva" (NUNES, 1987).…”
Section: Suburbanosunclassified
“…Os primeiros anos da década de 1990 foram de forte instabilidade política e econômica, inclusive sendo marcados por uma das maiores manifestações populares da história do país, o impeachment do presidente democraticamente eleito, Fernando Collor de Mello. Já os anos finais do século XX e os primeiros do XXI demonstram as previsões de Nunes (1987). Ocorreu um certo recrudescimento dos protestos sociais, embora tenha havido manifestações contra o aumento das tarifas em muitas cidades brasileiras.…”
Section: Suburbanosunclassified
“…Carestia (MCC) como um dos grandes movimentos que surgiram nos anos 1970 e 1980 no Brasil, sendo capaz de unir "diversas mobilizações populares que atuavam na esfera da reprodução, subsumindo as reivindicações pontuais numa expressão mais geral: a carestia ou custo de vida"(NUNES, 1987). Essa mobilização se caracterizou pela participação de mulheres da periferia, da Igreja Católica em sua ala mais progressista e de muitos intelectuais da época.…”
RESUMODurante a ditadura militar no Brasil, uma série de revoltas nos trens do subúrbio carioca ocorreram motivadas pela má conservação, a superlotação e o elevado número de acidentes nos mesmos. Assim, esse artigo se propõe, através principalmente de levantamentos feitos em jornais da época, analisar esses acontecimentos, que abalaram a estabilidade política do governo federal, responsável pela administração da Rede Ferroviária Federal (RFF) na metrópole do Rio de Janeiro.Palavras-chave: revoltas urbanas; mobilidade urbana; gestão do sistema de transporte.
“…A lógica com que se opera o sistema de transporte coletivo, não só no Rio de Janeiro, mas no Brasil de modo geral, é derivado, materialmente, das contradições existentes entre o capital e o trabalho presentes no processo de produção do espaço urbano. Em outras palavras, no Brasil, "onde vigora um modo de acumulação de 'base pobre'" (NUNES, 1987), há a ocorrência de uma espoliação cotidiana do trabalhador, sendo, concomitantemente: em âmbito 16 Ou seja, "claramente, não se trata de mera questão administrativa, mas de uma questão de segurança" (MOISÉS e MARTINEZ-ALIER, 1978, p.39). 17 As repressoras ações policiais podem ser vistas além de uma mera característica do autoritarismo do governo militar, como pertencentes a um Estado fraco, incapaz de agir com adequado aparato regulador.…”
Section: Suburbanosunclassified
“…Mas, como em toda a contradição que não se resolve, também o recrudescimento do protesto. Desta vez, porém, este se dará entre movimentos convictos de seus direitos, constituídos em sujeitos capazes de lutar e se modificar na luta, e desejamos, já em condições de buscar uma "alternativa positiva" (NUNES, 1987).…”
Section: Suburbanosunclassified
“…Os primeiros anos da década de 1990 foram de forte instabilidade política e econômica, inclusive sendo marcados por uma das maiores manifestações populares da história do país, o impeachment do presidente democraticamente eleito, Fernando Collor de Mello. Já os anos finais do século XX e os primeiros do XXI demonstram as previsões de Nunes (1987). Ocorreu um certo recrudescimento dos protestos sociais, embora tenha havido manifestações contra o aumento das tarifas em muitas cidades brasileiras.…”
Section: Suburbanosunclassified
“…Carestia (MCC) como um dos grandes movimentos que surgiram nos anos 1970 e 1980 no Brasil, sendo capaz de unir "diversas mobilizações populares que atuavam na esfera da reprodução, subsumindo as reivindicações pontuais numa expressão mais geral: a carestia ou custo de vida"(NUNES, 1987). Essa mobilização se caracterizou pela participação de mulheres da periferia, da Igreja Católica em sua ala mais progressista e de muitos intelectuais da época.…”
RESUMODurante a ditadura militar no Brasil, uma série de revoltas nos trens do subúrbio carioca ocorreram motivadas pela má conservação, a superlotação e o elevado número de acidentes nos mesmos. Assim, esse artigo se propõe, através principalmente de levantamentos feitos em jornais da época, analisar esses acontecimentos, que abalaram a estabilidade política do governo federal, responsável pela administração da Rede Ferroviária Federal (RFF) na metrópole do Rio de Janeiro.Palavras-chave: revoltas urbanas; mobilidade urbana; gestão do sistema de transporte.
“…A conquista da liberdade é algo que faz tanta poeira, que por medo da bagunça, preferimos, normalmente, optar pela arrumação. (MENDES JUNIOR, 1982;NUNES, 1987;SANTANA, 2007;SANTOS, 2010). Porém, o movimento não recebeu a mesma atenção no âmbito dos estudos linguístico-discursivos (FREITAS, 2010;GOMES 2004;GONÇALVES SEGUNDO, 2016a;SANTO, 2006), muito menos, em termos de sua dinâmica representacional ao longo do tempo e por diferentes mídias.…”
Section: O Presente Trabalho Foi Realizado Com Apoio Da Coordenação Dunclassified
http://revista-redes.rediris.es Redes e Capacidade de Ação na Sociedade Civil O caso de São Paulo-Brasil Adrian Gurza Lavalle-FFLCH-USP e CEBRAP Graziela Castello-UNICAMP e CEBRAP Renata Mirandola Bichir-IUPERJ e CEM-CEBRAP 1 Resumo A despeito do notável sucesso político e analítico da categoria "sociedade civil" nos últimos anos, sabe-se surpreendentemente pouco acerca do modus operandi das organizações civis reais, mesmo daquelas que têm sido constantemente salientadas na literatura devido ao seu protagonismo inédito. Contra esse pano de fundo e a partir de estratégia de análise de redes aplicada aos resultados de survey realizado com 202 organizações civis na cidade de São Paulo, este artigo identifica quais os principais protagonistas do universo das organizações civis, e, sobretudo, quais as diferentes lógicas de atuação e dinâmicas internas de interação que os caracterizam. No universo de todos os atores colhidos na amostra encontrou-se, como seria de se esperar pela literatura, que as ONGs compõem o elenco dos atores com maior capacidade de atuação na rede; entretanto, pouca ou nenhuma atenção tem sido prestada às articuladoras, reveladas pela pesquisa como uma inovação recente na criação de atores coletivos ⎯inovação notavelmente bem sucedida. Ademais, os movimentos sociais emergiram na pesquisa como os atores mais centrais da rede, a despeito da sua suposta perda de protagonismo, diagnosticada e tida como certa na literatura a partir dos anos 1990. Os três tipos de entidades cumulam diferentes vantagens estruturais no universo das organizações civis, mas são centrais por motivos diferentes; eles desempenham papeis diferentes e são desigualmente importantes em relação aos os outros tipos de organizações civis periféricas ou de centralidade intermediária.
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