Moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) associadas com mangueiras no Seridó Oriental da Paraíba

Abstract

As moscas-das-frutas são responsáveis por causarem danos à cultura da mangueira (Mangifera indica L. - Anacardiaceae) com prejuízos socioeconômicos. Assim, objetivou-se com esse trabalho relatar as espécies de moscas-das-frutas, seus índices faunísticos e flutuação populacional em mangueiras das variedades Espada e Maranhão, na região Seridó Oriental do estado da Paraíba. O trabalho foi desenvolvido em um pomar de mangueira das variedades Espada e Maranhão, não tecnificado, na comunidade Várzea Verde, município de Frei Martinho, Paraíba, Brasil. As moscas-das-frutas foram coletadas com o auxílio de armadilhas McPhail, utilizado proteína hidrolisada à 5%, como atrativo alimentar. Foram calculados os índices faunísticos (dominância, abundância, frequência e constância). A flutuação populacional foi estabelecida através do índice de Mosca/Armadilha/Dia, correlacionando-a com as variáveis climáticas, temperatura e precipitação pluvial. Foram capturados 1.364 exemplares de moscas-das-frutas, representados por seis espécies, Anastrepha obliqua (Macquart, 1835), A. dissimilis Stone, 1942, A. sororcula Zucchi, 1979, A. zenildae Zucchi, 1979, A. distincta Greene, 1934 e Ceratitis capitata (Wiedemann, 1824), sendo o maior número de espécimes pertencentes ao gênero Anastrepha. A temperatura e a precipitação pluvial influenciaram negativamente nas populações de moscas-das-frutas no período de frutificação.

Espécies de moscas-das-frutas descritas na Paraíba e atrativos utilizados para o manejo

“…Em estudo realizado em Areia, no Brejo Paraibano, observou-se a presença de moscas-dasfrutas do gênero Anastrepha (A. antunesi, A. zenildae, A. bahiensis, A. distincta), no entanto, estas foram pouco frequentes, constatando-se que não são dominantes, sendo A. zenildae e A. bahiensis encontrados apenas em frutos de goiabeira, já A. antunesi e A. distincta presentes em frutos da família Anacardiaceae (umbu-cajá e Siriguela) respectivamente (Silva, 2014). Alves et al, (2020) constatou a presença das moscas-dasfrutas, A. zenildae, A. distincta além de Ceratitis capitata em pomar de mangueira na Paraíba. As perdas ocasionadas por moscas-das-frutas durante um ano em pomares de goiaba podem chegar a 17 % e em pomares de manga a 4 % (Louzeiro et al, 2021).…”

“…Segundo Alves et al, (2020), as moscasdas-frutas da espécie A. dissimilis, provavelmente estão relacionadas com plantios de maracujá, por elas serem hospedeiros da família Passifloraceae. A. obliqua está normalmente associado a família Mytaceaae, podendo hospedar também anacardiáceas (Almeida et al, 2019;Alves et al, 2020).…”

“…Segundo Alves et al, (2020), as moscasdas-frutas da espécie A. dissimilis, provavelmente estão relacionadas com plantios de maracujá, por elas serem hospedeiros da família Passifloraceae. A. obliqua está normalmente associado a família Mytaceaae, podendo hospedar também anacardiáceas (Almeida et al, 2019;Alves et al, 2020). De acordo com Silva (2014), A. sororcula, A. distincta e A. serpentina são as espécies mais frequentes nos pomares domésticos de Areia, Paraíba, sendo A. sororcula considerada dominante em relação a outras espécies.…”

“…No município de Frei Martinho, mangas das variedades "Espada" e "Maranhão" tiveram o ataque de moscas-das-frutas da espécie C. capitata (Alves et al, (2020). No Semiárido mineiro a espécie C. capitata também foi observada sendo a espécie mais frequente e dominante nos pomares de manga da variedade "Palmer" observando altas infestações nestas frutas (Soares et al, 2020).…”

“…Compreender a dinâmica populacional, eficácia das armadilhas e a análise faunística traz significativos resultados para o controle dessa praga no campo, pois a sazonalidade de determinadas moscas-das-frutas ajuda no manejo, reduzindo a utilização de inseticidas e previne que essas pragas se espalhem por todo o mundo (Alves et al, 2020;Xia et al, 2020). Os dípteros da família Tephrididae são um dos principais problemas enfrentados pelos produtores de frutas (Oliveira et al, 2019).…”