Mortes e crimes cometidos com armas de fogo na cidade autônoma de Buenos Aires, 2002

Abstract

A violência se constitui em um dos problemas mais graves da América Latina. O uso de pequenas e leves armas de fogo é considerada a principal responsável por este fato. O objetivo do presente trabalho foi descobrir, a partir de dados do setor saúde, da justiça e da polícia, o número de mortes e crimes envolvendo armas de fogo ocorridos na cidade de Buenos Aires em 2002. Os dados sobre mortalidade e crimes foram obtidos dos Sistemas Nacionais de Estatísticas Vitais e Informação Criminal e os dados sobre apreensão de armas de fogo foram disponibilizados pela Polícia Federal. Utilizaram-se também dados de uma investigação anterior realizada por meio de entrevistas domiciliares a respeito de vitimização por armas de fogo. Durante o período ocorreram 1.304 mortes violentas, dos quais 23.7% corresponderam a mortes provocadas por armas de fogo. Dos 171 indiciamentos policiais por homicídio doloso, 60% haviam sido cometidos com armas de fogo. Das 2.108 pessoas entrevistadas, 6,7% haviam sido vítimas de um crime cometido com arma de fogo. Foram apreendidas 1.887 armas de fogo. A taxa de eventos violentos registrados foi maior nas delegacias da zona sudoeste da cidade, que se caracteriza por condições de vida mais precárias. O impacto da violência e sua relação com armas de fogo constitui-se em um tema relevante da agenda pública.

Lesões provocadas por armas de fogo atendidas em serviços de urgência e emergência brasileiros

“…Possession and use of firearms have been considered to be important factors contributing to the high levels of violence, principally lethal violence, in Latin American countries [2][3][4] .…”

Contribuição da literatura sobre a temática violência e saúde nos 25 anos da Ciência & Saúde Coletiva

“…The articles by Spinelli et al 8 , Franco et al 9 , Gonzalez-Perez et al 10,11 , and Aleman et al 12 furnish a view of the impacts from violence in Argentina, Colombia, Mexico, and Uruguay, respectively. They showed that although the violence affecting these countries has specificities, it also displays similar patterns in the events and the most heavily affected groups.…”

El incremento de la mortalidad por armas de fuego y su relación con el estancamiento de la esperanza de vida en México

“…Similarly, the presence of organized crime has increased, and with it, the crime associated with drug trafficking and the smuggling of high-powered firearms (FA), which has led some authors to conceptualize the levels of violence reached as a criminal insurgency 4,5 . The possession and use of FA are some of the aspects considered to underlie the high levels of violence observed in many Latin American countries today, and the case of Mexico is no exception 6 . FA are more lethal than other weapons, such as bladed weapons or blunt objects, which historically have had a greater presence in society 7 .…”

“…In the United States, residents in states with the highest number of FA were six times more likely to die in an accident caused by an FA than those in states with fewer weapons 11 ; moreover, the proportion of FA suicides in the United States is much higher than in other industrialized countries with more restrictive laws for FA possession 12 . Although Latin American authors have analyzed the mortality from FA from an epidemiological perspective 6,13,14 , these studies are practically nonexistent in Mexico because the assumption has been that FA mortality is a substantial public safety issue. However, given the importance and magnitude of violence in the country, it appears necessary to address this problem along with the possible impact of FA-related deaths on the relative stagnation of life expectancy in Mexico.…”