A ocorrência de defeitos durante a operação do pavimento intertravado altera a sua capacidade estrutural e diminui sua vida útil residual. Existe um índice para classificação da condição do pavimento intertravado concebido a partir dos defeitos existentes, que permite a priorização de trechos para manutenção e reabilitação. Contudo, o índice não fornece informação da vida útil residual do pavimento, fato é relevante pois permite compatibilizar o tráfego com a sua capacidade estrutural em um Sistema de Gerência de Pavimentos. Assim, este artigo objetiva avaliar o impacto da ocorrência de defeitos na vida útil residual do pavimento por meio da análise da sua capacidade estrutural. A modelagem foi realizada com a simulação dos defeitos de blocos danificados, deformações permanentes, perda de areia da junta, desalinhamento das juntas, dano de contenção e perda de material de assentamento em diferentes severidades na capacidade de atenuação de carga do revestimento. Por meio de uma verificação mecanicista-empírica identificou-se o impacto na vida útil da estrutura em cada condição. Os resultados evidenciaram que os defeitos que afetam a transmissão de esforços nas juntas possuem os maiores potenciais de redução de vida útil residual, em especial a abertura das juntas. Os blocos danificados causam prejuízo a capacidade estrutural, todavia em menor impacto do que o desempenho de transferência de carga entre os blocos. Conclui-se que o mecanismo de intertravamento entre os blocos, que garante a transmissão de esforços, é o aspecto mais relevante na manutenção da capacidade estrutural e impacto na vida útil residual de um pavimento intertravado.