Molduras do Protesto: desafios e perspectivas da abordagem do enquadramento interpretativo no estudo de movimentos sociais.

Frames do movimento feminista sobre assédio sexual: uma análise de vídeos publicados por mulheres no Youtube antes e depois da lei do crime de importunação sexual

“…Métodos qualitativos são mais apropriados para analisar a consciência jurídica" (MARSHALL, 2003, p. 672, tradução minha). Pereira (2014Pereira ( , 2016 Dessa forma, a análise empreendida nessa pesquisa buscava explorar molduras e enquadramentos nos seguintes sentidos. No que se refere ao primeiro desses elementos, era necessário identificar quais molduras estavam disponíveis para os ativistas de direitos animais, quais dessas molduras eram mobilizadas nessas interações, bem como compreender sua centralidade moral para a definição da luta e da identidade dos ativistas.…”

“…Como vantagens da aplicação da AC, Pereira (2014Pereira ( , 2016) apontou a possibilidade de buscar sentidos inaparentes, no primeiro momento, no material analisado, bem como a sistematização dos dados, permitindo a comparação e a demonstração clara dos critérios de análise. Todavia, como limitação da AC, destacou que ela não fornece elementos para a compreensão da produção da mensagem, a não ser a partir do próprio conteúdo.…”

“…O principal critério para escolha do objeto desta pesquisa foi sua relevância na busca de respostas ao problema de pesquisa e sua capacidade de manifestar os sentidos procurados. Entretanto, essa escolha difere da maioria dos trabalhos de análise de enquadramentos e frames dos movimentos sociais, em que são comuns pesquisas que tenham como objeto folhetos e outros materiais da militância, como jornais produzidos pela mídia tradicional ou por ativistas, ou ainda entrevistas com militantes e métodos etnográficos, como o trabalho de Pereira (2014), que examinou notícias de jornais de grande circulação e entrevistas semiestruturadas com ativistas e jornalistas para analisar enquadramentos e frames do movimento de direitos animais.…”

“…A partir dessas duas tabelas, os vídeos foram organizados de acordo com o número de visualizações no YouTube. Dessa forma, como recorte de pesquisa, em razão do tempo previsto para a sua execução, atribuí importância a esse número de visualizações, por tratar-se de indicador do potencial de alcance público de cada vídeo, de grande relevância na análise de materiais de comunicação, à semelhança da opção de Pereira (2014) por examinar os jornais de maior circulação em Porto Alegre.…”