RESUMO:No presente artigo, propõe-se apresentar e explicitar o estatuto teórico da categoria marxiana do valor, conforme determinado no contexto da crítica da economia política, em sua fase madura (1857-1881). Em especial, pretende-se discutir o modo como Marx aborda a relação da determinação categorial do valor com as demais que compõem e constituem a forma mercadoria dos produtos do trabalho humano. Nesse sentido, a teoria marxiana do valor aparece como exposição crítica do modo de produção capitalista a partir da análise categorial da mercadoria, tendo como meta revelá-la na sua dimensão mais essencial: a de veículo de realização da valorização do valor. A forma valor, acompanhando o desenvolvimento da argumentação marxiana em Grundrisse e O Capital, é analisada em sua configuração de determinação em processo, que se desdobra, pressupõe e implica um conjunto de outras Formen que se articulam em momentos de diferenciação e desenvolvimento reais que se expressam concretamente nas objetivações do trabalho humano existindo como momentos do capital. Mercadoria, mercado e capital perdem todos sua aparência de exterioridade recíproca de "coisas" para se desvelarem realizações de um modo sócio-histórico de produzir a vida humana. nem o 'valor de troca' são para mim o sujeito, mas a mercadoria {daβ weder 'der Wert', noch, 'der Tauschwert' bei mir Subjekte sind, sondern die Ware}." (MARX, 1962, p. 358). Nesse sentido, a analítica marxiana não tem por ponto de partida uma categoria abstratamente posta, como pura figura conceitual ou epistêmica, porém, uma entificação dada e concreta, particular, a mercadoria. Assim, a recusa de figuras abstrativas puras como fundamento teórico põe como arrimo e metro da análise levada a efeito o próprio concreto examinado, e como telos desse mesmo esforço de intelecção a dilucidação dos nexos essenciais e 1 http://dx
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