Abstract:RESUMO: Este estudo propõe descrever e analisar o processo de produção do gênero debate regrado, no contexto de práticas de ensino-aprendizagem de língua materna, em turmas de Ensino Médio de uma escola pública de Belém (PA). Trata-se de compreender os modos com que o gênero mencionado, instituído objeto de ensino, se disciplinariza, ou seja, o estatuto que adquire quando inscrito na ordem da disciplina escolar Língua Portuguesa. Para tanto, optamos por focalizar a atividade do aluno, mais especificamente os d… Show more
“…Thus, these investigations seek to perform the description and analysis of the process of generation of texts/data, and the material conditions of its emergence based, in some cases, on ethnographic approaches. Such outlook can be found in studies carried out, for example, by Batista and Gomes-Santos (2008); Gomes-Santos (2009); Guimarães, Cordeiro and Azevedo (2006) and Rojo (2006).…”
A produção escolar da escrita é objeto de investigação de grande prestígio em vários dos domínios do campo da linguagem e da educação. Considerada sob perspectivas teóricas e tradições disciplinares diversas, grande parte da reflexão acadêmica sobre a escrita, no Brasil, ocupou-se dos processos de aprendizagem da escrita por alunos de faixas etárias, graus de letramento e níveis de escolarização diversos, em contextos socioculturais e institucionais particulares. Em direção distinta, embora complementar a essa reflexão, este estudo tem seu foco voltado para os modos com que a escrita se constitui no trabalho docente, por meio do qual se transforma em objeto ensinado (Dolz; Ronveaux; Schneuwly, 2007). Para tanto, toma como corpus episódios de ensino da escrita, gravados em áudio e vídeo, gerados em contextos institucionais e socioculturais diferentes, avaliando o modo com que se configura a relação entre os objetos de ensino, os gestos profissionais e os instrumentos didáticos no ensino da escrita (Aeby Daghé; Dolz, 2007; Gomes-Santos; Almeida, 2009; Schneuwly, 2000; 2001). Do ponto de vista teórico e metodológico, as questões do estudo são iluminadas pela contribuição tanto de pesquisas que se voltam para a descrição dos modos de organização e funcionamento da linguagem nas interações escolares como daquelas que tomam a dimensão especificamente didática dessas interações como foco de interesse. A investigação da escrita nas formas do trabalho docente tem permitido incrementar a reflexão sobre os dispositivos didáticos necessários à construção de modos protagonistas de acesso a bens simbólicos no seio das práticas de ensino/aprendizagem.
“…Thus, these investigations seek to perform the description and analysis of the process of generation of texts/data, and the material conditions of its emergence based, in some cases, on ethnographic approaches. Such outlook can be found in studies carried out, for example, by Batista and Gomes-Santos (2008); Gomes-Santos (2009); Guimarães, Cordeiro and Azevedo (2006) and Rojo (2006).…”
A produção escolar da escrita é objeto de investigação de grande prestígio em vários dos domínios do campo da linguagem e da educação. Considerada sob perspectivas teóricas e tradições disciplinares diversas, grande parte da reflexão acadêmica sobre a escrita, no Brasil, ocupou-se dos processos de aprendizagem da escrita por alunos de faixas etárias, graus de letramento e níveis de escolarização diversos, em contextos socioculturais e institucionais particulares. Em direção distinta, embora complementar a essa reflexão, este estudo tem seu foco voltado para os modos com que a escrita se constitui no trabalho docente, por meio do qual se transforma em objeto ensinado (Dolz; Ronveaux; Schneuwly, 2007). Para tanto, toma como corpus episódios de ensino da escrita, gravados em áudio e vídeo, gerados em contextos institucionais e socioculturais diferentes, avaliando o modo com que se configura a relação entre os objetos de ensino, os gestos profissionais e os instrumentos didáticos no ensino da escrita (Aeby Daghé; Dolz, 2007; Gomes-Santos; Almeida, 2009; Schneuwly, 2000; 2001). Do ponto de vista teórico e metodológico, as questões do estudo são iluminadas pela contribuição tanto de pesquisas que se voltam para a descrição dos modos de organização e funcionamento da linguagem nas interações escolares como daquelas que tomam a dimensão especificamente didática dessas interações como foco de interesse. A investigação da escrita nas formas do trabalho docente tem permitido incrementar a reflexão sobre os dispositivos didáticos necessários à construção de modos protagonistas de acesso a bens simbólicos no seio das práticas de ensino/aprendizagem.
“…12 Por fim, do ponto de vista da formação do futuro professor de língua portuguesa, os registros do relatório de estágio que ilustram a discussão proposta neste estudo trazem indícios (suscetíveis de melhor qualificação pelo recurso a um conjunto mais amplo de dados) de diferentes desafios do ensino da oralidade na aula de língua portuguesa que não se reduzem à delimitação de quais saberes selecionar ou à definição de quais instrumentos didáticos mobilizar (esse é o pressuposto necessário e inevitável), mas que se relacionam sobretudo à finalidade do ensino dos gêneros orais em nossa escola pública: em favor de qual formação da criança e do jovem brasileiros, com vistas à construção de que educação e de que sociedade brasileira (cf. GOMES-SANTOS, 2009;NONATO, 2018). Parece estar nessa finalidade o desafio radial do trabalho do professor no tratamento da oralidade em sala de aula atualmente.…”
RESUMO Este estudo propõe discutir o estatuto da oralidade como componente curricular da disciplina língua portuguesa na escola brasileira. Para tanto, apresenta-se, inicialmente, um panorama dos modos com que a oralidade é abordada no percurso histórico de constituição do ensino de língua portuguesa, no que se refere aos currículos e programas de ensino e aos materiais didáticos propostos. Em seguida, contrasta-se esse estatuto historicamente construído da oralidade com práticas de ensino de língua portuguesa atuais mediadas por estudantes de licenciatura em Letras, por ocasião de realização de estágio em escolas da rede pública da cidade de São Paulo (Brasil). A descrição e a análise do processo de implementação de um projeto de ensino do gênero textual debate oral por uma estudante, conforme registrado em seu relatório de estágio, permitem problematizar alguns desafios que a abordagem da oralidade coloca para as práticas de ensino e para a formação do professor de língua portuguesa.
“…Em terceiro lugar, apresenta-se uma breve descrição do processo de recepção e produção do gênero textual debate oral por jovens estudantes do segundo ano do ensino médio -na faixa etária entre 15 e 17 anosde uma escola pública localizada na cidade de Belém, Pará, na Amazônia brasileira, com base em trabalho anterior (GOMES-SANTOS, 2009).…”
RESUMO: Proponho, neste texto, discutir alguns aspectos dos processos de legitimação da liguagem oral como objeto de saber escolar e, especialmente, de ensino da disciplina curricular língua portuguesa, na escola brasileira. Para tanto, apresento, inicialmente, um breve panorama do estatuto que a linguagem oral adquire no percurso histórico de constituição dessa disciplina. Em seguida, busco qualificar os modos com que esse estatuto se reconfigura no processo de produção do gênero textual debate oral por jovens estudantes do segundo ano do ensino médio de uma escola pública localizada em Belém, Pará, Brasil, em 2006. A descrição e análise de textos orais e escritos produzidos pelos alunos nesse processo permitem problematizar os desafios que a abordagem da linguagem oral coloca para as práticas efetivas de ensino, tendo em vista a finalidade curricular de promover a formação do aluno como cidadão crítico e participante ativo na vida social brasileira da atualidade.
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