Abstract:RESUMO Este estudo propõe discutir o estatuto da oralidade como componente curricular da disciplina língua portuguesa na escola brasileira. Para tanto, apresenta-se, inicialmente, um panorama dos modos com que a oralidade é abordada no percurso histórico de constituição do ensino de língua portuguesa, no que se refere aos currículos e programas de ensino e aos materiais didáticos propostos. Em seguida, contrasta-se esse estatuto historicamente construído da oralidade com práticas de ensino de língua portuguesa… Show more
“…Como discutido em outros estudos (NONATO, 2017;2018;2019;RAZINNI, 2000;ROJO, 2008), o estatuto da oralidade como objeto de conhecimento, conteúdo ou componente curricular do ensino de língua portuguesa reconfigura-se nas relações de concorrência, de aproximação e de distanciamento entre um modelo beletrista de ensino de língua portuguesa (gerado em meados do século XIX e disseminando-se hegemonicamente até os anos 1970) e outro interacionista (gerado a partir dos anos 1980 e disseminando-se contra-hegemonicamente até os dias atuais), cada um dos quais fundado em uma concepção particular de linguagem e de ensino, a saber respectivamente:…”
Section: Oralidade E Ensino De Língua Portuguesaunclassified
“…Como discutido em outros trabalhos (BENTES, 2010;2011;NONATO, 2019), a abordagem do problema da oralidade é um lócus potente para pensar sobre o problema crucial dos repertórios culturais ou temas geradores (FREIRE, 1967;1970) que circulam nas culturas infantis e juvenis e, por essa via, inevitavelmente inserem-se na prática escolar. E, complementarmente, pensar sobre o problema não menos crucial dos gestos e instrumentos de ensino e das formas de trabalho escolares.…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…nas práticas de ensino de língua portuguesa (ver NONATO, 2017;2018;2019). Neste ensaio, proponho retomar a discussão sobre tal problema com o propósito de: i) qualificar o estatuto da oralidade nos processos de escolarização e no percurso histórico de formação do ensino de língua portuguesa;…”
O problema da oralidade (e de outros sistemas semióticos, outras linguagens) na escola inscreve-se em um conjunto de pautas silenciadas ou deixadas historicamente em plano acessório no currículo e nas práticas escolares. Neste ensaio, proponho discutir sobre tal problema com o propósito de: a) qualificar o estatuto da oralidade nos processos de escolarização e no percurso histórico de formação do ensino de língua portuguesa, na escola brasileira; e b) discutir sobre os novos lugares da oralidade nos currículos e nas práticas escolares, considerando o fenômeno mais recente de inserção da poesia Slam – como prática comunicativa e produto cultural de natureza multimodal – entre os muros da escola.
“…Como discutido em outros estudos (NONATO, 2017;2018;2019;RAZINNI, 2000;ROJO, 2008), o estatuto da oralidade como objeto de conhecimento, conteúdo ou componente curricular do ensino de língua portuguesa reconfigura-se nas relações de concorrência, de aproximação e de distanciamento entre um modelo beletrista de ensino de língua portuguesa (gerado em meados do século XIX e disseminando-se hegemonicamente até os anos 1970) e outro interacionista (gerado a partir dos anos 1980 e disseminando-se contra-hegemonicamente até os dias atuais), cada um dos quais fundado em uma concepção particular de linguagem e de ensino, a saber respectivamente:…”
Section: Oralidade E Ensino De Língua Portuguesaunclassified
“…Como discutido em outros trabalhos (BENTES, 2010;2011;NONATO, 2019), a abordagem do problema da oralidade é um lócus potente para pensar sobre o problema crucial dos repertórios culturais ou temas geradores (FREIRE, 1967;1970) que circulam nas culturas infantis e juvenis e, por essa via, inevitavelmente inserem-se na prática escolar. E, complementarmente, pensar sobre o problema não menos crucial dos gestos e instrumentos de ensino e das formas de trabalho escolares.…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…nas práticas de ensino de língua portuguesa (ver NONATO, 2017;2018;2019). Neste ensaio, proponho retomar a discussão sobre tal problema com o propósito de: i) qualificar o estatuto da oralidade nos processos de escolarização e no percurso histórico de formação do ensino de língua portuguesa;…”
O problema da oralidade (e de outros sistemas semióticos, outras linguagens) na escola inscreve-se em um conjunto de pautas silenciadas ou deixadas historicamente em plano acessório no currículo e nas práticas escolares. Neste ensaio, proponho discutir sobre tal problema com o propósito de: a) qualificar o estatuto da oralidade nos processos de escolarização e no percurso histórico de formação do ensino de língua portuguesa, na escola brasileira; e b) discutir sobre os novos lugares da oralidade nos currículos e nas práticas escolares, considerando o fenômeno mais recente de inserção da poesia Slam – como prática comunicativa e produto cultural de natureza multimodal – entre os muros da escola.
“…Embora a relação oral/escrita ainda fosse, na década de 1980, marcada por uma abordagem dicotômica (ROJO; SCHNEUWLY, 2006), registramos a relevante mudança epistêmica pela qual o ensino passava: a oralidade deixava de se reduzir à verbalização de frases corretas para possibilitar a expressão do pensamento (VASCONCELOS; CASAGRANDE, 2015) e transcendia a ideia de ser instrumento de ensino para se constituir como o próprio objeto de ensino (NONATO, 2019). Dolz e Bueno (2015) frisam serem persistentes práticas pedagógicas em que a oralidade funciona apenas como meio para que os/as professores/as conduzam a aula, e não como objeto de ensino.…”
Section: A Manifestação Estilística Na Entrevista De Emprego Como Atr...unclassified
Ao situarmos a manifestação estilística como atributo da competência metagenérica, almejamos analisar como nossos/as colaboradores/as, em um minicurso de Português Brasileiro como Língua Adicional (PBLA), avaliam e manifestam estilo no gênero entrevista de emprego por meio de tarefas de leitura e de produção oral. No âmbito teórico, defendemos a necessidade de ampliarmos a competência metagenérica dos/as estudantes, considerando a noção de gêneros discursivos, o caráter multimodal inerente às interações e as particularidades (especialmente estilísticas) do gênero sob estudo. No âmbito metodológico, planejamos um minicurso on-line para vivenciarmos práticas pedagógicas que abarcassem tarefas de leitura e de produção oral, com vistas a investigarmos a construção de sentidos em torno da manifestação estilística na entrevista de emprego. No âmbito analítico, constatamos que os/as participantes perceberam as nuances estilísticas em consonância com a configuração do contexto em que a enunciação se instanciava. Concluímos ser fundamental a atuação do/a professor/a de PBLA na ampliação da competência metagenérica em tarefas instanciadas no efetivo uso sociocultural da língua(gem).
“…Para compreender o lugar do conhecimento gramatical no currículo de língua portuguesa na conjuntura intelectual de início de abertura política do Brasil, na virada dos anos 1970 para os anos 1980, é preciso considerar o fenômeno mais amplo, a partir de então, de "retoricização" do currículo, o que consiste em um processo de redefinição curricular pelo qual os usos (retóricos) da palavra em práticas de leitura e produção textual passam a adquirir centralidade na elaboração teórica e aplicada sobre o ensino de língua portuguesa (NONATO, 2019a;2019b). Tal fenômeno deve ser considerado em estreita imbricação com a circulação de conhecimentos, entre outros, do campo dos estudos linguísticos na instância da formação acadêmica e naquela das políticas públicas de elaboração e implementação curriculares levadas a cabo no período em diferentes pontos do país FIAD, 1996).…”
Section: Gramática Escolar Diversidade Textual E Polilinguismo: O Modelo Interacionistaunclassified
Este estudo propõe discutir o estatuto da gramática como componente curricular da disciplina língua portuguesa na escola brasileira. Para tanto, apresenta, inicialmente, um panorama dos modos como a gramática escolar emerge no percurso histórico de constituição do ensino de língua portuguesa. Em seguida, contrasta esse estatuto historicamente construído com práticas de ensino de língua portuguesa atuais mediadas por estudantes de licenciatura em Letras, por ocasião de realização de estágio em escolas da rede pública da cidade de São Paulo (Brasil). A descrição e a análise do processo de implementação de um projeto de ensino sobre o funcionamento do verbo no texto poético, por um estudante, conforme registrado em seu relatório de estágio, permitem problematizar alguns desafios que a abordagem da gramática coloca para as práticas de ensino e para a formação do professor de língua portuguesa.
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