Modelos Interventivo-Terapêuticos em Avaliação Psicológica: Estado da Arte no Brasil

Abstract

RESUMO Diferentes autores vêm descrevendo usos inovadores de recursos de Avaliação Psicológica para promoção de efeitos terapêuticos em Psicologias Clínica e/ou da Saúde. O presente artigo apresenta três modelos nessa direção, a saber, o Psicodiagnóstico Interventivo (PI), o Psicodiagnóstico Interventivo de Orientação Psicanalítica (PIOP) e a Avaliação Terapêutica (Therapeutic Assessment; TA). São apresentados os fundamentos, estrutura (tipo de técnicas e intervenções usadas), vantagens da proposta em relação ao modelo tradicional de Avaliação Psicológica e pesquisas sobre cada modelo, seguido de uma discussão sobre seus potenciais e limitações. Conclui-se que os modelos compartilham entre si a proposta de integrar avaliação e intervenção breves, promovendo efeitos terapêuticos ao proporcionar que as pessoas atendidas sejam acolhidas e tenham um conhecimento ampliado de suas queixas e seu potencial para lidar com elas. Ao mesmo tempo, os três modelos apresentam limitações para o atendimento a queixas de alta gravidade ou em contextos de avaliação compulsória. Palavras-chaves: avaliação psicológica; avaliação terapêutica; psicodiagnóstico; psicodiagnóstico interventivo; intervenção.

Consultas Terapêuticas com pais e filhos: o espaço potencial em reconstrução

“…A Consulta Terapêutica (Winnicott, 1984) é um procedimento que combina diagnóstico e intervenção psicoterápica. Desde o contato inicial, aspectos verbais e não verbais apresentam o motivo da consulta e a intervenção tem início já na primeira consulta, daí o nome de Consulta Terapêutica (Scaduto, Cardoso & Heck, 2019). Este tipo de consulta, baseada no Self e suas representações que necessitam a presença do outro, segundo a clínica winnicottiana, é "uma nova possibilidade de avaliação, intervenção e ajuda psicológica norteada pela escuta, prática e flexibilidade clínica que advêm da teoria do amadurecimento humano" (Rodrigues & Mishima-Gomes, 2013, p.92).…”

Therapeutic Assessment as an Interventional Model of Psychological Evaluation: Case Study

“…In Brazil, the literature on TA is still limited, with no publications on experimental cases in the model to date (Villemor-Amaral, 2016;Villemor-Amaral & Resende, 2018;Scaduto, Cardoso & Heck, 2019). Thus, the present study aimed to assess how the TA process has therapeutic consequences for the client.…”

Psicodiagnóstico Interventivo Como Ferramenta De Suporte Ao Controle Da Heteroagressividade

“…A AP, é prática restrita ao profissional de psicologia, sendo a AP a expansão do desenvolvimento da prática do psicólogo, a partir da utilização de fontes de informações e de instrumentos que avaliam de forma consistente diversas demandas no indivíduo. A AP adentrou nos mais diversos contextos de atuação (Hutz, Bandeira, Trentini, & Krug, 2016;Scaduto, Cardoso, & Heck, 2019). Vale ressaltar, o movimento atual, que envolve a revogação da Resolução n.º 02/2003, permitindo a comercialização de testes psicológicos a outras categorias de profissionais.…”

“…O psicólogo, ao ser requisitado para o processo de psicodiagnóstico, pode deparar-se com o indivíduo em sofrimento psíquico, fato que convoca o profissional a ter uma escuta empática, fato essencial para a compreensão da demanda. Essa compreensão possibilitará ao mesmo tempo, a apreensão do sofrimento e, ao mesmo tempo, fomentar a organização dos elementos narrados, que ocasionarão melhor na condução da própria dor (Braga, Mosqueira, & Morato, 2012;Scaduto, Cardoso, & Heck, 2019).…”

“…A partir do Estágio Supervisionado Básico em Psicologia e Processo de Avaliação Diagnóstica, realizado por estudantes de psicologia do 7.º período, o processo de desenvolvimento do psicodiagnóstico é uma das principais competências a serem desenvolvidas pelos discentes. O processo de psicodiagnóstico, suscitou como possibilidade de conduta interventiva a luz de referencial teórico, como desfecho secundário ao processo, dar-se-á supressão de sintomas, como benfeitorias do psicodiagnóstico interventivo (Leila, 2007;Scaduto, Cardoso, & Heck, 2019).…”