Modelagem Matemática Na Pós-Modernidade: Uma Proposta De Formação Continuada De Professores

Abstract

Nesse artigo apresentamos uma reflexão sobre a Modelagem Matemática na perspectiva de Burak (2004), pensando em uma proposta de formação continuada de professores pautada na discussão sobre a pós-modernidade na visão de Santos (2010) e da mudança de estilo de pensamento tratada por Fleck (2010). Para isso, além de uma reflexão teórica apresentamos resultados iniciais de uma pesquisa qualitativa fenomenológica orientada pela pergunta: como os professores compreendem o ensino da matemática? Tal pesquisa foi realizada com objetivo de compreender o coletivo de pensamento dos professores que ensinam matemática em Irati para assim dialogar com os pressupostos teóricos e pensar em uma formação continuada que possibilite a mudança de estilo de pensamento necessária para que a Modelagem Matemática chegue efetivamente a sala de aula.

Epistemologia de Ludwik Fleck como aporte teórico nas pesquisas sobre Formação de Professores de Matemática

“…No acesso ao Portal, utilizando os descritores "Formação de Professores AND Matemática AND Fleck", localizamos 36 trabalhos, dos quais apenas três artigos eram compatíveis com nossos objetivos, ou seja, fizeram uso das categorias fleckianas nas análises dos dados (Klüber, 2012;Cecco;Bernardi;Delizoicov, 2018;Zontini;Burak, 2019).…”

“…As categorias "fato científico", "proto ideias" e "conexões ativas e passivas" não foram citadas. As autoras identificaram os Burak, pensando em uma proposta de formação continuada de professores pautada na discussão sobre a pós-modernidade na visão de Santos e da mudança de estilo de pensamento tratada por Fleck" (Zontini;Burak, 2018, p. 1). Tratou-se de um método de pesquisa qualitativa fenomenológica, na qual os autores se nortearam pela dúvida quanto à maneira como os professores compreendem o ensino da matemática.…”

“…As únicas categorias fleckianas usadas efetivamente na análise de Zontini e Burak (2018) foram "estilo de pensamento" e "coletivo de pensamento", autores que buscaram analisar e compreender "[...] o coletivo de pensamento dos professores que ensinam matemática em Irati para assim dialogar com os pressupostos da Modelagem Matemática, tendo em vista a proposta de organizar uma formação de professores que possibilite a mudança de estilo de pensamento" (Zontini;Burak, 2018, p. 6) Os autores apontam a possibilidade de uma formação continuada "[...] que toma como base a formação de um grupo colaborativo de professores que possa vivenciar a Modelagem Matemática e assim se permitir mudar o estilo de pensamento, e consequentemente a prática docente" (Zontini;Burak, 2018, p. 20) As categorias "circulação intercoletiva de ideias", "círculo esotérico", "círculo exotérico" e "fato científico" foram mencionadas, contudo, não foram usadas como referencial de análise ao longo do texto. Da mesma forma, as categorias "circulação intracoletiva de ideias", "conexões ativas e passivas" e "proto ideias" não foram mencionadas.…”