Modelagem De Isoterma De Dessorção Para Substrato Fermentativo Composto Por Casca De Coco Verde Suplementado Com Farinha De Soja

Abstract

RESUMO -No atual cenário de descarte inadequado de resíduos agroindustriais, a fermentação em estado sólido (FES) vem se destacando como alternativa promissora para agregar valor e reaproveitar esse subproduto. Para que a FES proporcione bom crescimento do microrganismo e gere os produtos desejados, algumas condições operacionais devem ser estudadas e controladas. A atividade de água, por exemplo, é um parâmetro termodinâmico intimamente ligado ao sucesso da fermentação e seu nível varia de acordo com a necessidade de cada microrganismo. O comportamento da água livre no substrato fermentativo escolhido foi modelado através de isotermas de dessorção, utilizando os modelos de OSWIN e GAB, sendo o último o melhor representante dos dados experimentais, apresentando coeficiente de determinação igual a 0,999. Isso quer dizer que a equação de GAB oferece uma boa aproximação para a conversão de níveis de umidade em atividade de água. INTRODUÇÃOA fermentação em estado sólido (FES) é definida por Durand et al. (1988) como "processo que se refere a cultura de microrganismos sobre ou dentro de partículas em matriz sólida, onde o conteúdo de líquido ligado a ela está a um nível de atividade de água que, por um lado, assegure o crescimento e o metabolismo das células e, por outro lado, não exceda à máxima capacidade de ligação da água com a matriz sólida". Em outras palavras, na FES, a água utilizada no cultivo do microrganismo encontra-se adsorvida no meio, umidificando o substrato sólido. O teor de umidade do substrato é quem determina a quantidade de água disponível no início do processo para o microrganismo. Altos níveis acarretam uma diminuta porosidade no meio implicando em deficiência de trocas gasosas e amplo risco de contaminação. Em contrapartida, baixos níveis de água disponível dificulta a difusão de nutrientes, o que reflete diretamente no crescimento do microrganismo e na formação dos produtos esperados. Schmidell et al. (2001) afirma que a depender da capacidade de absorção do meio utilizado, a umidade na fermentação sólida tem range de 8 a 85 %. Se cultivarmos a mesma espécie em meios diferentes, a umidade ótima vai variar, o que mostra o quão inseguro é utilizar a umidade como parâmetro ligado ao microrganismo (DOELLE et all., 1992), por isso é mais