“…As mulheres que procuram a nossa maternidade para aborto legal são predominantemente mulheres na faixa etária de 22-30 anos (48.3%), brancas (89.7%), solteiras (65.52%), com ensino médio completo (48.3%), o que é compatível com o perfil das mulheres que buscam interrupção legalizada em outros estudos (Da Silva, Zucco & Neto, 2019;Dos Santos & Angerame, 2017;Lima et al 2019;Drezett, Pedroso, Gebrim, Matias, Macedo & Abreu, 2011;Machado, Fernandes, Osis & Makuch, 2015;Madeiro & Diniz, 2016;Ministério da saúde, 2008) Destas mulheres, 89.7% referiram se identificar como da raça branca, o que chama a atenção se considerarmos que as mulheres negras geralmente são mais vulneráveis a violência sexual (Cerqueira e Coelho, 2014;Engel, 2015; Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2019)� Poderíamos justificar esse fato pela predominância da população branca no estado (89,3%) como nos aponta Delziovo et al (2017). No entanto, em outras pesquisas em diferentes Estados (Lima et al, 2019;Drezett et al, 2011;Dos Santos & Angerame, 2017, entre outros) a maioria das mulheres que buscam aborto legal, também são brancas, o que nos leva a questionar se o acesso aos serviços e à informação estariam menos disponíveis para as mulheres negras.…”