Migração e situações de rua: O uso do álcool nas ruas de Brasília

Abstract

Resumo: O artigo pretende, através de uma pesquisa de campo, reconstituir a trajetória de vida de indivíduos que migraram para Brasília nos últimos três anos e se encontram em situação de rua, destacando, nessas narrativas acerca do cotidiano deles, o uso do álcool tanto como um fator agregador como desagregador de sua trajetória dentro de um conjunto de vulnerabilidades típicas dessa população. A natureza do processo migratório, no sentido individual e social, é analisada como forma de contextualizar a discussão a respeito da trajetória de vida desses indivíduos. O processo de formação, construção e manutenção de uma identidade social é a base de um conjunto teórico que perpassa a ideia de socialização referente às condições como o indivíduo forma e, ao mesmo tempo, é formado pelas diversas e contínuas referências sociais que o cercam. As entrevistas realizadas a partir da escuta das histórias de vida (método biográfico) implicam na construção de um conjunto de desenvolvimento teórico e analítico que discute a importância do estabelecimento e da manutenção de vínculos sociais e afetivos e o papel do álcool no cotidiano desses sujeitos.

Common mental disorders and resilience in homeless persons

“…Difficulty in making decisions is present in 59.2% participants of this study. This fact may be associated with the use of illicit drugs, social isolation, and abandonment by family and friends, which hinders the sharing of difficulties and events in personal life (24) .…”

Terapia ocupacional na rua: revisão integrativa sobre possibilidades da prática

“…É comum que o uso do álcool seja encarado como uma meta diária para essas pessoas, para amenizar o sofrimento psíquico e social, mesmo que temporariamente. Além disso, o álcool é considerado um elemento socializador nas ruas, como maneira de criar vínculos, pertencer a determinado grupo e se divertir (Jabur et al, 2014). Isso foi observado no estudo de Prudente, Paiva e Gontijo (2018), em que a metade dos participantes entrevistados alegou não realizar atividades de lazer, e dentre as que relataram realizar, ir ao bar ou a praia usar substâncias lícitas ou ilícitas, foi a atividade mais citada.…”