O Regime de Metas de Inflação (RMI), em vigor no Brasil desde 1999, usa a taxa de juros como instrumento fundamental de controle inflacionário. Essa política representa a operacionalização do arcabouço ortodoxo da teoria econômica, que considera as pressões de demandas como principal causa da inflação. O artigo tem o intuito de apresentar as teorias estruturalista e pós-keynesiana da inflação e avaliar sua relevância para o caso brasileiro. Depois da apresentação teórica, é feita uma análise sobre a evolução do IPCA nos anos 2000, procurando identificar quais segmentos foram mais significativos para a rigidez inflacionária do país. A principal conclusão é que a inflação brasileira se caracteriza como uma inflação de oferta, de modo que a taxa de juros ataca os sintomas da inflação sem resolver suas causas, inibindo o crescimento sem superar a rigidez inflacionária.