2019
DOI: 10.21165/el.v48i1.2304
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Memória discursiva e sátira política: a paródia da (auto)designação “cidadão de bem” pelo The Piauí Herald

Abstract: Neste artigo, pretende-se analisar o sintagma nominal “cidadão de bem”, enquanto parte do discurso antipetista que emerge no pós-Junho de 2013, conforme ele é retomado pelas desnotícias publicadas no portal humorístico The Piauí Herald. Esta análise fundase sob a perspectiva de que a paródia satírica é fruto de um fazer sobre a memória discursiva. Observou-se, portanto, a circulação do SN no discurso originário (antipetista) e sua integração ao discurso paródico do site de desnotícias, destacando os efeitos de… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1

Citation Types

0
0
0
2

Year Published

2023
2023
2023
2023

Publication Types

Select...
1
1

Relationship

0
2

Authors

Journals

citations
Cited by 2 publications
(2 citation statements)
references
References 3 publications
0
0
0
2
Order By: Relevance
“…Language and Culture, v. 45, e64620, 2023 Se temos que, no senso comum, 'cidadão de bem' designa aquele que segue as regras e leis que regem a formação social e que só pratica 'o' bem, sua inscrição em determinadas regiões do interdiscurso nos dá pistas de que seu sentido muda de acordo com a posição de quem se (auto)designa dessa forma. Para Figueira (2019), aqueles que se autodesignam dessa forma associam-se a um discurso conservador, que pode remontar ao jornal racista Good Citizen, mantido pela KuKluxKlan em meados do século XIX. Essa designação, assim, é índice da contradição política brasileira e, como tal, disputada discursivamente.…”
Section: Brumunclassified
“…Language and Culture, v. 45, e64620, 2023 Se temos que, no senso comum, 'cidadão de bem' designa aquele que segue as regras e leis que regem a formação social e que só pratica 'o' bem, sua inscrição em determinadas regiões do interdiscurso nos dá pistas de que seu sentido muda de acordo com a posição de quem se (auto)designa dessa forma. Para Figueira (2019), aqueles que se autodesignam dessa forma associam-se a um discurso conservador, que pode remontar ao jornal racista Good Citizen, mantido pela KuKluxKlan em meados do século XIX. Essa designação, assim, é índice da contradição política brasileira e, como tal, disputada discursivamente.…”
Section: Brumunclassified
“…A identidade dos "cidadãos de bem" se constrói em oposição aos cidadãos que são do "mal" ou que, em última instância, nem cidadãos são. Nesse sentido, Figueira (2019) indica que tal construção tem por objetivo estabelecer uma separação simbólica, localizando em polo opostos os que seriam cívica e moralmente superiores aos seus antagonistas, sejam eles quem forem. Trata-se, portanto, de um conceito fluido e elástico, mas que, no atual contexto brasileiro, tem sido empregado por aqueles que se veem como cidadãos exemplares, sem histórico de envolvimento criminal, que são produtivos e pagam os seus impostos em dia, defensores da moral e dos bons costumes, que têm grande apreço pela ordem e condenam arruaças, badernas e balbúrdias que eventualmente possam perturbar a ordem cotidiana.…”
Section: Considerações Finaisunclassified