Melanoníquia de aparecimento súbito em paciente jovem - relato de caso e revisão de literatura

Abstract

A melanoníquia refere uma pigmentação na lâmina-ungueal, caracterizada por uma coloração marrom-escuro, devido a ativação melanocítica, sendo preocupante para a maioria dos pacientes. Pode se desenvolver em qualquer idade, em uma única unha ou em múltiplas. Sua prevalência é maior em pessoas de pele escura e em afrodescendentes maiores de 20 anos, acometendo cerca de 77% da população. Sua localização mais frequente é nas unhas do primeiro e segundo dedos das mãos estando relacionada a utilização mais frequente destes dedos, tendo assim maior possibilidade de traumatismos.
 A melanoníquia pode ser originada a partir de uma ativação melanocítica benigna, por conta da exposição a pigmentos exógenos ou até mesmo trauma. Além disso, ela pode ser causada por alterações melanocíticas malignas, como o melanoma. A etiologia da melanoníquia varia de acordo com a sua causa, apresentando difícil diagnóstico clínico. Por esse motivo, é necessário entender a epidemiologia, fisiopatologia e os achados clínicos do paciente. Embora a maioria dos casos tenha causas benignas, o diagnóstico precoce da lesão maligna fornece resultados mais favoráveis no prognóstico. Nesse sentido, a dermatoscopia deve ser utilizada na rotina de avaliação de lesões ungueais pigmentadas, e quando necessário faz-se biópsia e exame histopatológico para confirmação diagnóstica. Apesar do auxílio que a regra do ABCDEF trouxe, bem como o exame dermatoscópico, a análise anatomopatológica continua indispensável em casos duvidosos. A exérese da lâmina ungueal é de extrema importância para avaliação diagnóstica, pois permite observar a matriz e o leito ungueal, possibilitando um maior dimensionamento e precisão da lesão. Assim, o objetivo deste relato é a revisão de literatura sobre melanoníquia, discussão de seus diagnósticos diferenciais, como também a apresentação de um caso típico.