Práticas integrativas e complementares e racionalidades médicas no SUS e na atenção primária à saúde: possibilidades estratégicas de expansãoComplementary and alernative medicina and medical rationalities in SUS and in primary health care: strategic possibilities for expansion Prácticas complementarias e integradoras y racionalidades médicas en el SUS y en la atención primaria de salud: posibilidades de expansión Charles Dalcanale Tesser 1
ResumoDiscutimos a expansão das práticas integrativas e complementares (PIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), objetivando contribuir para o desenvolvimento de diretrizes gerais orientadoras dos profissionais e gestores. Após a edição da Política Nacional de PIC (PNPIC), cuja única diretriz concreta de implantação é a ênfase na atenção primária à saúde (APS), a inserção dessas práticas tem sido errática. Os municípios (e às vezes serviços) têm sua experiência própria, sem apoio técnico ou financeiro e sem orientação institucional. Discutimos os principais modos dessa inserção na APS e em outros serviços do SUS. Nossa argumentação discute possibilidades estratégicas de expansão das PIC derivadas dessas experiências. Argumentamos pelo reconhecimento da APS como lócus privilegiado de inserção das PIC. Concluímos que a inserção das PIC no SUS deve privilegiar enfaticamente a APS através de seus profissionais generalistas. Para isso há que desenvolver estratégias de educação permanente e de formação que as tirem da situação de marginalidade. Por outro lado, há que incentivar também sua presença em serviços especializados, sobretudo as racionalidades médicas vitalistas, cuja profundidade e complexidade sugerem o desenvolvimento de centros de expertise nas instituições formadoras e no SUS, atuando com matriciamento de equipes de APS, para que contribuam com cuidado especializado aos usuários e educação permanente dos profissionais da APS.Descritores: Terapias Complementares; Atenção Primária à Saúde; Sistema Único de Saúde.
AbstractWe discuss the expansion of integrative and complementary practices (PIC) in the Unified Health System (SUS), aiming to contribute to the development of general guidelines for professionals and managers. Following the publication of the National PIC Policy (PNPIC), whose only concrete implementation guideline is the emphasis on primary health care (PHC), the insertion of these practices has been erratic. Municipalities (and sometimes services) have their own experience, without technical or financial support and without institutional guidance. We discuss the main modes of this insertion in PHC and other SUS services. Our argument discusses strategic possibilities for expansion of PIC derived from these experiences. We argue for the recognition of APS as a privileged locus of insertion of PIC. We conclude that the insertion of PIC into SUS should emphatically favor PHC through its general practitioners. For this purpose, strategies for permanent education and training must be developed to remove them from the situation of