Medicamentos Antineoplásicos No Meio Ambiente: A Contribuição De Um Hospital Universitário De Alta Complexidade

Abstract

O conceito associado à gestão ambiental passou por transformações nos últimos anos e atualmente as questões envolvendo a gestão ambiental tornaram-se um fator indispensável nas tomadas de decisões das organizações. No entanto, o setor hospitalar demonstra que, apesar dos esforços e investimentos no aprimoramento de profissionais, procedimentos e equipamentos, pouco tem sido realizado para controlar o impacto ambiental das atividades de suas unidades. A principal consequência é que os resíduos de fármacos têm sido detectados no meio ambiente e podem se configurar como potenciais causadores de impactos ambientais. Dentre os fármacos, os medicamentos antineoplásicos, devido a seu caráter citotóxico e mutagênico e o aumento da sua utilização no tratamento do câncer, têm sido classificados como micropoluentes orgânicos emergentes. O presente estudo visa analisar por meio de que forma o consumo de medicamentos antineoplásicos numa unidade quimioterápica pode contribuir para a geração de impactos ambientais associados a hospitais. O método de pesquisa utilizado foi o estudo de caso por meio de uma observação participante de junho a novembro de 2013, além disso, com base na literatura buscou-se estabelecer a porcentagem de fármaco excretada de forma inalterada, as concentrações presentes em efluentes hospitalares, a biodegrabilidade e perfil ecotoxicologico. Os resultados obtidos apontam que não há a predominância de consumo de um único medicamento sobre os demais, além do fato de que estes medicamentos são excretados de forma inalterada pelo organismo, estão presentes em efluentes hospitalares em concentrações variadas e são potencialmente tóxicos para os organismos aquáticos.

Manejo e descarte dos medicamentos antineoplásicos orais e seus impactos ambientais

“…Jogar resíduos citotóxicos em aterros comuns ou despachá-los pela rede de esgoto, pode promover a poluição dos lagos, rios e represas, do solo e dos lençóis freáticos, afetando também a fauna e a flora que fazem parte do ecossistema da área contaminada [5][6][7] . Os fármacos quimioterápicos e seus metabólitos não são removidos com eficiência pelos sistemas de purificação de água, podendo aparecer na superfície, no subsolo e na água de consumo [35][36] e ampliar o risco de contaminação para indivíduos não envolvidos no processo terapêutico 6,[23][24] .…”

DEGRADAçãO DA CITARABINA PELO MéTODO SONO ELETROQUíMICO FOTO-ASSISTIDO EM MEIO DE URINA ARTIFICIAL

“…Desse modo, ocorre o desconhecimento sobre a quantidade total destes resíduos, levantandose questionamentos acerca de uma possível destinação incorreta, gerando um impacto ambiental considerável ao ecossistema (Oliveira, 2011). Além disso, uma das vias de introdução destes fármacos no meio ambiente é por meio do descarte inadequado de quimioterápicos com validade expirada e através dos resíduos contidos nas embalagens utilizadas em unidades hospitalares (Moura e Silva, 2016). Entretanto, a principal via de inserção de fármacos nos ecossistemas é por meio das excretas de pacientes.…”

“…Os resíduos de serviços de saúde que englobam os resíduos provenientes de hospitais, clinicas e laboratórios patológicos aumentaram consideravelmente nos últimos anos (Moura e Silva, 2016). Estes vem sendo constantemente inseridos no ambiente aquático por meio da disposição inadequada oriunda de indústrias farmacêuticas, efluentes hospitalares não tratados e através da excreção de fármacos pelos inúmeros consumidores.…”

Degradation of cytarabine, creatinine, and urea in artificial urine by a photo-assisted sono-electrochemical process

“…As it is known that many cytostatic drugs are resistant to the degradation processes by conventional treatments (Moura and Silva, 2016). New Environmental decontamination processes are being developed, among them, advanced electrochemical oxidative processes (AEOPs) that can be used as alternative techniques due to their efficiency in the treatment of pollutants in aqueous media (Malpass, Miwa, et al, 2007;Parra , Gul, et al, 2016) Electrochemical processes are characterized by the "in situ" generation of oxidizing species without the need for adding chemical substances, which is one of the main advantages of this process, pollutants can also be destroyed by direct anodic oxidation, by reactive species of oxygen or oxidants generated from the anodic oxidation of water or electrolytic anions (such as Cl2 • /OClproduced at the anode from the Clion during electrolysis) (Pereira De Sousa, Pinto, et al, 2019).…”