Mecanismos Externos de Governança Corporativa no Brasil

Abstract

Casos de escândalo envolvendo fracas práticas de governança corporativa (GC) são destaques em vários países, especialmente no Brasil. Este artigo tem como objetivo realçar a importância dos mecanismos externos de GC e a necessidade de se desenvolver mais estudos acerca desse tema no país. Por meio do levantamento bibliométrico, com análise de 432 artigos nacionais e internacionais, no período de 1990 a 2016, foi possível verificar que, no Brasil, há apenas seis estudos que citam os mecanismos externos de GC, mas apenas um deles operacionaliza esses mecanismos empiricamente. Em contrapartida, nos Estados Unidos, na China e na Inglaterra, há um avanço nos artigos a respeito do tema, justamente pelo comprometimento com as práticas de GC das empresas. Com os achados desta pesquisa, pretendeu-se contribuir, teórica e empiricamente, com a descrição do estado da arte das pesquisas referentes aos mecanismos externos de GC no Brasil e no mundo, a síntese do papel dos mecanismos externos como ferramentas complementares da transparência e da boa GC, e a indicação de futuras possibilidades de pesquisas que aprofundem a avaliação dos mecanismos externos e da interação deles com os mecanismos internos na redução de assimetrias de informação e de interesse entre os agentes envolvidos.

Análise da relação entre responsabilidade social corporativa e governança corporativa na empresa brasileira

“…A segregação entre propriedade e gestão da empresa provocou os conflitos de interesses entre acionistas e gestores, com reflexo em credores e mercado. A Governança Corporativa surge como instrumento para minimizar estes conflitos (BUENO; NASCIMENTO; LANA; GAMA et al, 2018;MELO JÚNIOR, 2015;GUIMARAES;LEAL;WANKE;MOREY, 2019;MALACRIDA;YAMAMOTO, 2006). A governança corporativa inclui um conjunto de regras, mecanismos e estruturas, dentro e fora da empresa, que visam proteger os interesses dos acionistas através do alinhamento de seus interesses com os dos gestores (BUERTEY; SUN; LEE; HWANG, 2020).…”

“…O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), criado em 1995, objetiva desenvolver melhores práticas de Governança Corporativa no Brasil. Desde 1999, o IBGC utiliza o Código de Boas Práticas de Governança Corporativa, que lida com transparência de informações, ética, controle, monitoramento e princípios básicos de boa governança (BUENO; NASCIMENTO; LANA; GAMA et al, 2018). As práticas adotadas nos códigos de Governança Corporativa objetivam melhorar a confiança nas organizações, traduzidas em confiabilidade e transparência das informações, tanto internamente, quanto nas relações com terceiros, considerando princípios de Governança Corporativa, como: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa (IBGC, 2015).…”

Influência Das Características Do Conselho De Administração Na Divulgação Voluntária Ambiental

“…A Governança Corporativa é a maneira pela qual as entidades são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo, nesse sistema, a relação entre todas as partes interessadas e seus respectivos direitos (BUENO et al, 2018;AGUILERA et al, 2015).…”

“…Nesse cenário de evolução das empresas no que se refere às práticas de sustentabilidade, a atuação do conselho de administração torna-se cada vez mais necessária no que diz respeito às decisões estratégicas, gerenciamento de risco e perspectivas futuras (IBGC, 2013;BUENO et al, 2018), tendo como competência de-finir tanto metas financeiras quanto não financeiras, sendo estas sociais, ambientais e de e é responsável por prestar contas a todas as partes interessadas (AGUILERA et al, 2015;IBGC, 2015), divulgando informações que atendam às expectativas dos stakeholders.…”

Boards of Directors in Brazil: Literature Review and Research Agenda

“…Despite the great interest in literature for internal mechanisms, they are not the only drivers of CG practices (Bueno, Nascimento, Lana, Gama, & Marcon, 2018). There is a set of external mechanisms that influence governance, for example, legal systems, markets for corporate control, rating organizations, external audits, media, and stakeholder activism (Aguilera et al, 2015).…”