“…Os contentores vinários do tipo Dressel 1 representam aproximadamente 75% do total dos contentores itálicos, o denominador constante em muitos outros sítios e conjuntos coevos do actual território português, embora em valores inferiores aos habituais. Ao mesmo tempo, face à totalidade da amostra de Alto dos Cacos, esta componente itálica vê reforçado o seu carácter "anómalo", na medida em que se encontra bastante sub-representada, apenas um parcial de 4,3% do NMI identificado, contrastando sobremaneira com a hegemonia atestada em outros contextos tardo-republicanos como os da cidade de Lisboa (Pimenta, 2005;Mota, Pimenta, Silva, 2014;, Chões de Alpompé (Fabião, 1989;Diogo, Trindade, 1993-94;Pimenta, Arruda, 2014) e especialmente Santarém (Arruda, Almeida, 1999;Arruda, Almeida, 2001; Bargão, 2006;Almeida, 2008), para citar os mais próximos, ou ainda outros mais distantes como Lomba do Canho (Fabião, 1989), Mesas do Castelinho (Parreira, 2009), Monte Molião (Arruda, Sousa, 2013), Faro ou Castro Marim (Viegas, 2011). Tal leitura configura, no nosso ponto de vista, uma questão cronológica: o sítio de Alto dos Cacos atesta um padrão de consumo de produtos alimentares itálicos já de momentos terminais da República, podendo mesmo entrar nos primeiros anos do Principado, quando as importações do vinho italiano se encontram em declínio acentuado (Fabião, 1998a, 180-182;Arru-da, Almeida, 1999;Arruda, Almeida, 2001; Bargão, 2006), mas em que ainda estão presentes, concretamente no período compreendido entre 30-15 a.C., tal como é sabido por inúmeros outros locais de consumo, quer no âmbito da Hispania (Bernal Casasola, García Vargas, Sáez Romero, 2013, esp.…”