“…Assim, no trabalho com a música, mais do que procurar desenvolver o gosto, enquanto perceção e apreciação estéticas, será importante desenvolver, ainda que fragmentariamente, alguma (consciência de) autonomia social, no sentido de permitir capacidade de reflexão crítica do indivíduo sobre si e sobre sua realidade e do desenvolvimento de laços sociais mais consistentes (Fabiano;Silva, 2012). Mais do que, a prazo, pretender conquistar públicos para a cultura, dever-se-á procurar criar o que Santos (2003) denomina de um novo conceito, o de coprodução de sentidos de inclusão social, uma inclusão social [...] assente na aceitação e valorização da diversidade, na cooperação entre diferentes e na aprendizagem da multiplicidade; um processo através do qual a sociedade, nas suas mais diversas dimensões, se adapta de forma a poder incluir todos os indivíduos que, por sua vez, se preparam para desempenhar um ou vários papéis nessa sociedade (Guerra, 2012, p. 96).…”