Mapeamento acústico da concentração de denúncias de poluição sonora em Natal-RN

Abstract

As cidades, em suas instâncias atuais, estão sendo planejadas e desenhadas para solucionar problemas causados pela evolução do seu traçado, geralmente, orgânico. Porém a qualidade ambiental da vida numa grande cidade é esquecida. Isto se agrava no Brasil, que devido à ausência de metodologias e ações para prevenção e previsão dos problemas de poluição sonora, tanto na legislação quanto na prática de projeto arquitetônico e urbanístico, compromete a qualidade de vida da população devido ao aumento do ruído urbano. Esta pesquisa tem como objetivo principal mapear a concentração de denúncias de poluição sonora existente na cidade do Natal/RN, de forma a proporcionar o estabelecimento de mais um instrumento de gestão urbana. Para o levantamento de dados, foram coletadas as denúncias de poluição sonora na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB) nos anos de 2012 e 2013. A partir dos dados de localização e uso, as denúncias foram situadas individualmente no mapa da cidade do Natal/RN e inseridas no software de mapeamento acústico SoundPLAN. Cada ponto teve um nível de potência sonora específico estimado, resultando em um mapa com manchas de concentração de poluição sonora, instrumento inédito na cidade. Este mapa foi analisado de acordo com o quantitativo e concentração de pontos de poluição sonora das denúncias realizadas. A partir disso, a pesquisa demonstrou, até então, que a poluição sonora em Natal/RN ultrapassa os limites normativos, principalmente em bairros predominantemente comerciais. O mapeamento das áreas de concentração críticas quanto à poluição sonora de Natal, realizado através de denúncias, demonstra apenas parte da realidade deste problema na cidade. Infere-se que este problema é causado devido à falta de instrumentos legais adequados para a realidade do local e de corpo técnico para realizar ações dentro destas denúncias e fiscalizações.

Quando o ruído de lazer afeta a saúde de uma comunidade

“…Apesar das garantias do direito ao sossego promulgadas em Leis nos níveis federal, estadual e municipal, observa-se que a população não tem acesso as informações sobre as complicações que a exposição ao ruído leva para a saúde (Alves, Araújo, & Pinto, 2014;Bressane et al, 2016). Este fator se deve, por um lado, por inferências culturais, das quais associam o ruído como uma forma de lazer (Dos Santos & Rodrigues, 2019;Hebenbrock, 2012).…”

Veículo Leve sobre Trilhos : simulação do impacto ambiental acústico em Brasília – DF

“…poluição sonora que tem sido uma das grandes reclamações em órgãos públicos relacionados ao meio ambiente, o que torna um maior desafio para os especialistas relacionados ao tema, pois no Brasil o ruído não tem sido considerado pelas políticas de planejamento urbano como na Europa que realiza o estudo de ruído ambiental há várias décadas em cidades acima de 250 mil habitantes deste 2007(Alves et al, 2014).De acordo com a avaliação comparativa entre as externalidades, percebe-se que poluição sonora provocada pelo tráfego rodoviário é citada por todos os autores como sendo uma das fontes que mais incomodam a população nos dias de hoje. Isso ocorre devido ao controle deficiente por parte dos órgãos de controle ambiental.…”