Mapa Falante De Crianças Com Necessidades Especiais Na Voz De Mães Cuidadoras

Abstract

Objetivo: descrever a rede de apoio institucional acessada por crianças com necessidades especiais de saúde na voz de mães cuidadoras. Método: pesquisa de abordagem qualitativa, desenvolvida com mães cuidadoras de crianças com necessidades especiais de saúde, usuárias de uma Policlínica Infantil localizada na fronteira oeste do Brasil. O estudo foi desenvolvido por meio da dinâmica de criatividade e sensibilidade Mapa Falante, com a metáfora do desenho para a produção dos dados. A produção dos dados foi realizada no espaço domiciliar, as falas foram áudio gravadas, transcritas e analisadas por meio da análise de discurso pecheutiana. Resultados: na perspectiva das mães cuidadoras as crianças que possuem necessidades especiais de saúde necessitam de uma ampla rede de apoio social, representada pelas redes institucionais e sociais que fazem parte do dia a dia de seus filhos. No discurso dessas mulheres observou-se ainda a dificuldade de inclusão das crianças na sociedade, devido a presença dos tabus sociais da necessidade especial de cuidados a saúde. As mães são cuidadoras principais, exclusivas e os cuidados em alguns momentos é compartilhado com outros membros do núcleo familiar. Conclusões: o cuidado solitário, compartilhado em alguns momentos é evidenciado no discurso das mães cuidadoras. A dificuldade de inserção da criança na escola, a diversidade de serviços de saúde requeridos também aparecem na produção artística e nas enunciações dessas mulheres. O discurso denota a importância dos cuidados de enfermagem, para o preparo da família dessas crianças para a continuidade dos cuidados no espaço domiciliar.

Cuidado integral de crianças com necessidades especiais: desafios da Atenção Primária na tríplice fronteira

“…7,14 A escassez e a alta rotatividade de profissionais, entretanto, prejudicaram essa interação ao longo do tempo, assim como identificado em pesquisas recentes. 3,22 Para construir uma relação dialógica, a assistência domiciliar assume um importante papel, pois, ao experienciar o contexto em que a criança vive, o profissional pode identificar as necessidades de intervenção e, assim, facilitar os fluxos assistenciais e proporcionar atenção integral e continuada. 7,8 Embora exista uma crescente demanda de atenção domiciliar, em decorrência das transformações do perfil epidemiológico, observou-se, pelos discursos, uma assistência domiciliar incipiente, o que converge com os achados da literatura.…”

“…No que diz respeito à organização do cuidado, o momento do diagnóstico foi apontado pelos participantes como um processo moroso e pouco resolutivo, o qual prejudicou o início do tratamento e impossibilitou os estímulos necessários para seu pleno desenvolvimento. 7,[21][22] Estes resultados corroboram a revisão integrativa, 14 ao mostrar uma baixa avaliação do atributo coordenação. Cabe ressaltar que quando o profissional estabelece um fluxo de cuidado ordenado a resolutividade pode ser alcançada.…”