O estudo tem como objetivo analisar os motivos que levaram cuidadores de crianças com condições crônicas a buscar atendimento em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) durante a pandemia da COVID-19, considerando a limitação no acesso aos serviços de saúde e a superlotação de hospitais de referência. As UPA foram consideradas uma alternativa para suporte aos pacientes, sendo importante conhecer os motivos que levaram as famílias a buscar esse tipo de serviço. Foram entrevistados 12 responsáveis por crianças em duas UPA de Fortaleza, Ceará, que procuraram assistência durante a agudização. A coleta das informações foi realizada por meio de entrevistas individuais gravadas a partir de roteiro semiestruturado, no período de agosto a setembro de 2020. Para a organização dos dados utilizou-se o programa NVivo® versão 13, com posterior análise de conteúdo a partir dos pressupostos do cuidado de Martin Heidegger. Foram descritos o perfil das acompanhantes e crianças e emergiram como categorias temáticas: Caminhos buscados pelas famílias em busca de atendimento, Motivos para a busca de atendimento na UPA e Principais mudanças decorrentes da pandemia. Evidenciou-se que as acompanhantes eram, prioritariamente as mães das crianças, e eram atendidas diversas condições de agudização de crianças na UPA, os motivos relatados por acompanhantes foram o fácil acesso aos serviços de saúde, confiança dos profissionais e espaços acolhedores para crianças em seu momento de agudização, especialmente na realização de procedimentos que obtém resultados rápidos e foi relatado mudanças na cobertura de serviços durante a pandemia, que o fizeram recorrer a UPA como opção de primeira escolha. A UPA é um importante ponto de atenção regulador na rede de saúde, por propiciar fácil acesso e encaminhamento de crianças com doenças crônicas em situações de necessidade, para outros pontos, especialmente em situações de emergência ou ausência de oferta de outros serviços.