Management of inflammatory bowel disease in older persons: evolving paradigms

Abstract

The incidence and prevalence of inflammatory bowel disease (IBD) is increasing, and considering the aging population, this number is set to increase further in the future. The clinical features and natural history of elderly-onset IBD have many similarities with those of IBD in younger patients, but with significant differences including a broader differential diagnosis. The relative lack of data specific to elderly patients with IBD, often stemming from their typical exclusion from clinical trials, has made clinical decision-making somewhat challenging. Treatment decisions in elderly patients with IBD must take into account age-specific concerns such as comorbidities, locomotor and cognitive function, and polypharmacy, to set realistic treatment targets in order to enable personalized treatment and minimize harm. Notwithstanding paucity of clinical data, recent studies have provided valuable insights, which, taken together with information gleaned from previous studies, can broaden our understanding of IBD. These insights may contribute to the development of paradigms for the holistic and, when possible, evidence-based management of this potentially vulnerable population and are the focus of this review.

Doença inflamatória intestinal no idoso

“…No idoso, a retocolite ulcerativa (RCU) parece acometer mais os homens (56 a 62%) do que as mulheres (38 a 44%), enquanto a doença de Crohn (DC), ao contrário, ocorre mais em mulheres do que em homens 1 . A proporção de pacientes diagnosticados com DII aos 60 anos ou mais, demonstrada em uma série de estudos (Tabela 1), varia entre 3 e 21% para DC e de 7 a 29% para a RCU.…”

“…A DC no idoso habitualmente exibe envolvimento colônico e padrão inflamatório, com pouca ocorrência de fístulas ou estenoses, quando comparados aos fenótipos de pacientes mais jovens 13 . Em recente metanálise, a frequente localização colônica (até 52% dos casos) foi seguida de ileal (32%), íleo-colônica (26%) e alta (7%) 1 . Uma curiosidade é que o padrão e o comportamento da doença não costumam ser alterados entre os pacientes de 60 anos ou mais.…”

“…Em relação à DC, esta metanálise demonstrou que os pacientes idosos eram menos propensos a receber imunossupressores ou terapia biológica do que os pacientes mais jovens, mas a necessidade de cirurgia foi similar entre os dois grupos, desde o 1º até o 5º ano de acompanhamento. A progressão da doença permaneceu estável no grupo idoso 1 , e este dado é corroborado também pelas informações do registro francês EPIMAD 17 , que exibe a estabilidade comportamental da DC nestes pacientes em 91% dos casos acompanhados no período médio de 6 anos 1,17 . De uma maneira geral, a DII do idoso representa alto risco de hospitalização, perfazendo 25% de todas as internações hospitalares por DII, o que demanda especial atenção médica no que diz respeito especialmente a eventos adversos de terapêuticas instituídas ou ao impacto da DII em comorbidades preexistentes.…”

“…As comorbidades também podem afetar as escolhas terapêuticas, por exemplo: pacientes diabéticos e hipertensos não seriam candidatos ideais para a corticoterapia; a terapia inibidora do fator de necrose tumoral (anti-TNF) não é recomendada nos casos de insuficiência cardíaca congestiva (classes III/IV); e pacientes com história recente de malignidades podem não estar aptos à terapia com tiopurinas, visto que o risco de doenças mieloproliferativas é aumentado. Junto com a complexidade das escolhas, aparece a polifarmácia e seus riscos inerentes: os pacientes idosos podem estar utilizando, em média, 9 a 10 medicações, com o potencial de interações em um terço destas 1 . Além disso, o impacto com situações inesperadas, polievacuações, sintomas noturnos e incontinência leva ao uso de antidiarreicos, antiespasmódicos, antieméticos e analgésicos que são suscetíveis a efeitos anticolinérgicos.…”

“…A escolha do tratamento no paciente idoso com DII precisa levar em conta os comemorativos próprios desta faixa etária, que são as comorbidades, as funções locomotora e cognitiva, a polifarmácia, as queixas muitas vezes imprecisas, as ansiedades e as questões existenciais. Uma vez contemplados estes pontos, aumenta-se a probabilidade de personalizar a abordagem terapêutica e minimizar riscos 1 .…”