Mal estar no início da docência: narrativas produzidas em diferentes cenários de pesquisa

Abstract

A partir de uma releitura dos dados de três estudos realizados por diferentes pesquisadores, buscou-se identificar, nas narrativas autobiográficas de professores principiantes, os aspectos de satisfação e insatisfação com o trabalho no início de carreira. A comparação entre tais estudos possibilitou apontar algumas convergências relativas a dois aspectos: ao papel das narrativas como instrumento de pesquisa e de formação docente e às fontes de insatisfação e frustração dos iniciantes, tais como insegurança para realizar o trabalho docente, indisciplina dos alunos, falta de apoio da escola e dos pais, desprestígio da profissão, sobrecarga de trabalho, entre outras.

A Prática Reflexiva Na Formação De Professores De Educação Física Na Modalidade Ead

“…Várias são as transformações, sobretudo a partir da implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) -Lei nº 9.394/1996 1 (contemplando as atualizações dessa lei) e do aumento significativo dos referenciais teóricos que tratam desta temática. Entretanto, mesmo com os avanços oriundos da legislação, juntamente com o fortalecimento teórico acerca da profissionalização docente, das práticas pedagógicas, da formação continuada e das diversas ações no processo de ensino-aprendizagem, pesquisas realizadas nas duas últimas décadas apontam que a procura pelos cursos de licenciatura e a opção por ser professor vem diminuindo consideravelmente 2,3,4,5,6,7 .…”

Reflexões acerca do Estágio Curricular Supervisionado do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza da Unila

“…"Nervos (...)" (RQ-Est-9); "(...) ruim porque (...) não consegui ter o controle sobre uma turma, coisa que foi frustrante" (RQ-Est-8); "no início do estágio já sentia ansiedade em ministrar aulas" (RQ-Est-5). Sentimentos de mal-estar como esses são comumente relatados por docentes em formação inicial ou quando eles começam na profissão (BARREIROS;GIANOTTO, 2016;FERREIRA et al, 2020;REBOLO et al, 2013;MACHADO; BIERHALTZ, 2019;MOSQUERA;STOBÄUS, 1996;SAMPAIO;STOBÄUS, 2017).Alguns dos sentimentos de mal-estar que os Est mencionaram se relacionaram às dificuldades que tiveram ao preparar e ministrar as aulas nas escolas, por exemplo: "Ter uma metodologia clara de como levar o conteúdo" (RQ-Est-7); "quantidade de alunos" (RQ-Est-8); "ter o controle sobre (...) crianças, e fazer elas ficarem engajadas" (RQ--Est-9). Gianotto e Carvalho (2015) comentam que sentimentos como esses surgem quando os docentes em formação inicial ou no início da docência se deparam com as dificuldades reais dos contextos incertos e complexos da profissão.…”