RESUMOEste estudo objetiva investigar a vivência de enfermeiros no cuidar de crianças em fase terminal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, embasada na Teoria Humanística de Enfermagem, desenvolvida entre abril e junho de 2010. Foram realizadas entrevistas, gravadas, com 10 enfermeiros assistenciais de um hospital público especializado em oncologia, em João Pessoa (PB). Os dados foram analisados qualitativamente, mediante a técnica de análise de conteúdo, à luz da Teoria Humanística de Enfermagem. Emergiram duas categorias: "vivência de enfermeiros no cuidar da criança com câncer em fase terminal" e "estratégias de enfrentamento empregadas pelos enfermeiros no cuidar da criança com câncer em fase terminal". Apreendeu-se que os enfermeiros, ao assistir a criança com câncer em fase terminal, lidam com muito sofrimento, mas buscam um cuidado humanístico, integrado a cada criança, expressando seus sentimentos a partir do estabelecimento de confiança, respeito e diálogo, sendo sensíveis ao sofrimento humano, o que faz com que essa experiência seja enriquecedora para eles em seu próprio contexto de vida. Dessa forma, espera-se que esta pesquisa possa subsidiar novas abordagens sobre a temática, uma vez que ainda são incipientes os estudos que abordam a inter-relação do cuidar com a Teoria Humanística de Enfermagem, enfocando a criança em fase terminal.
INTRODUÇÃOO ato de cuidar deve estar pautado no respeito à dignidade do ser humano, sendo, portanto, indispensável contemplar o paciente na sua singularidade, o que distingue as diferenças individuais e a necessidade de promover uma assistência direcionada para cada ser humano de forma holística (1) , seja criança, adulto, idoso ou paciente em fase terminal.No tocante ao cuidar do paciente terminal, destacam-se os cuidados paliativos, que constituem uma abordagem de cuidado diferenciada, destinada a melhorar a qualidade de vida do paciente com doença avançada, sem possibilidade de cura, e dos seus familiares, por meio de avaliação e de tratamento adequados para o alívio da dor e dos sintomas. Trata-se de um suporte psicossocial e espiritual (2) . É oportuno ressaltar que, em todos os cenários de atenção à saúde, é cada vez maior o número de crianças atendidas com doenças que não apresentam possibilidade terapêutica de cura e que ameaçam ou limitam sua vida, levando-as à condição de terminalidade, a exemplo do câncer (3) . Em relação aos cuidados paliativos para crianças portadoras de câncer, a Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que deve ser oferecido um cuidado ativo integral para o corpo, mente e espírito, assim como apoio para a