LGBTS E Gênero Banidos? Notas Genealógicas Sobre Projetos De Lei No Brasil

Abstract

O objetivo desta investigação foi analisar os efeitos de um dispositivo da sexualidade heterocisnormativo que, nas tentativas de controlar corpos e modular vidas - por meio de tecnologias programáticas nacionalistas, moralizadoras, familistas - articula patologização, criminalização e extermínio. Esse dispositivo, no Golpe de Estado de 2015/2016, propagou o ódio contra as populações que fogem à normatividade de sexo e gênero. Para isso, partimos metodologicamente de uma genealogia dos discursos produzidos por normas legais em processo e/ou instituídas no Brasil que afirmam a ontologia de um verdadeiro sexo e silenciam posicionamentos divergentes. A partir do caminho escolhido, foi possível situar a psicologia como tecnologia de produção de subjetividades que emudece, mas também resiste às demandas normalizadoras recusando identitarismos e assujeitamentos que produzem uma gramática moral e fragilizam a democracia participativa. Um desafio para a psicologia reside na defesa da atuação laica em prol das diferenças de gênero e sexualidades que produzem novas diferenças, ao invés de identitarismos e assujeitamentos que minam o lugar da política.

Saúde da População LGBT para além do HIV/aids e Processo Transexualizador no SUS

“…Assim como toda política voltada para minorias sociais, as políticas voltadas à população LGBT constantemente são ameaçadas de serem extintas ou atacadas a depender dos representantes que estão em cargos públicos (Laurentino, 2015), principalmente quando estes estão aliados ao conservadorismo e fundamentalismo religioso como o governo de Jair Messias Bolsonaro (2019-2022) que não mede esforços para promover diversos retrocessos na agenda LGBT (Galindo et al, 2017 O corpus desse trabalho foi baseado nos relatos das pessoas entrevistadas. Para a leitura dos dados, utilizou-se a análise temática de conteúdo (Bardin, 2011).…”

O desaparecimento social das diferenças nas políticas de exceção: vidas e memórias de crianças e mulheres para a reinvenção de uma educação democrática

“…Several examples can be mentioned. From the most recent ones, such as the "School without Party" movement, with the purpose of emptying the school contents of criticality, excluding the dialogue between different perspectives and creating a single narrative about history, which cancels the voices that are dissonant to the interests in the maintenance of a patriarchal conservatism; to those that go back to the principles of the civic-military dictatorship in Brazil, with the movement in defense of the family, combined with the anti-communist discourse, which focused on the need to maintain patriarchal models, based on the idea of the subordination of women and children to the male heads of the family (GALINDO et al, 2017). The protection of these models and, in turn, of the figures that compose them, according to the established script of these hierarchies, guarantees and drives society towards development-progress.…”

Infâncias, Gênero e Sexualidades: Uma Investigação-Intervenção com Professores de Educação Indantil

“…Com o uso do termo "ideologia de gênero", grupos conservadores questionam e monitoram e controlam práticas educacionais na infância envolvidas com diferenças e diversidade sexual e de gênero como um direito de meninos e meninas. Esses grupos, envolvidos em movimentos religiosos radicais em defesa do familismo, criam terror e atribuem caráter criminoso às práticas educacionais abertas à diversidade, pois põem em risco a hegenomia heterossexual e patriarcal que garante a manutenção da família (Galindo et al, 2017;Junqueira, 2018).…”