Leslie e Ofelia, meninas que ousam sair do quarto: espaço, feminilidade e corpo em Ponte para Terabítia e O labirinto do fauno

Abstract

Este artigo busca refletir acerca de representações cinematográficas que articulam o ser-menina com uma temporalidade, mas também com os espaços percorridos pelas personagens, compreendendo também como esses corpos ocupam tais espaços. Investigamos os modos pelos quais a tecnologia de gênero do cinema opera em produtos culturais que veiculam representações de meninas desafiadoras das narrativas da contenção patriarcal e de feminilidade hegemônica. Para tanto, partimos de uma análise cultural crítica das personagens Leslie e Ofelia, protagonistas dos filmes Ponte para Terabítia e O labirinto do fauno, respectivamente, cotejando os estudos feministas de inflexão culturalista, sobretudo, assim como teorias do cinema. Em ambos os filmes, o dispositivo pedagógico cinematográfico oferece lições para esses corpos que ousam ocupar espaços que não lhes pertencem.

¿Son las niñas tan poderosas? Consideraciones sobre animaciones infantiles dirigidas al público femenino

“…Los primeros estudios dirigidos a este grupo se remontan a finales de la década de 1970, con el trabajo pionero de Angela McRobbie, quien en 1991 publicó Feminism and Youth Culture: From Jackie to Just Seventeen. Desde la década de los noventa, en el ámbito académico feminista anglosajón surgen los girlhood studies -lo que se puede traducir como estudios sobre las niñas-, 1 una de sus exponentes es Claudia Mitchell (Gomes Barbosa, 2020).…”

O Sagrado Feminino, a Jornada da Heroína e as diversas mitologias presentes na obra fílmica El Laberinto del Fauno

“…Para além disso, a floresta evoca, segundo Barbosa (2020), os espaços comuns na Idade Média, onde os camponeses celebravam as festas agrícolas que marcavam o calendário das estações e dos labores com o campo. É também um espaço onde aconteciam os supostos sabás tão perseguidos pela Caça às Bruxas e pela Inquisição e onde os camponeses planejavam secretamente as rebeliões contra quem os subjugava.…”